Olá =D

Este blog é uma obra literária livre, por enquanto. É um conjunto de contos e crônicas que englobam vários personagens e situações.
Literalmente é numa linguagem até que bem poética (alguns dos textos) outros de reflexão, mas a maioria é de pura e dura ação.

Essa obra foi inspirada nos velhos clássicos do cinema: The Godfather, Scarface e outras influências fora do gênero de crime organizado. Até porque, eu querendo ou não, sempre acabo por escrever coisas como praticamente roteiros mesmo.

Espero que a leitura seja agradável e desculpem pelos erros de gramática. Ainda estou tentando corrigir todos. Mas alguns são figuras de linguagem. 

LEIAM  os POSTS DE BAIXO PARA CIMA para seguir a linha de fatos e assim compreender o enredo. Mas se preferirem fazer uma rápida leitura solo. Fiquem à vontade.

sábado, 16 de maio de 2009

Na Catedral

Um dia qualquer, de um eterno inverno

"Eu sou Vredeniko Bazinovoloska, o pai e avô daqueles que você assasssinou dias atrás. Sou o último da maldita família que vocês decidiram aniquilar, e quero me reunir com vocês na velha Catedral de São Basil aqui em Moscou, nada de emboscadas, quero apenas lhe contar a verdade"

Ali está Tolsink junto de Dimitri e Klaus, com as armas empunhadas caminhando decididamente pela congelante praça e rumo ao local marcado. A Catedral de São Basil, que havia sido lacrada pelo regime comunista. Que proibia qualquer tipo de religião. A religião deles passou a ser a dos homens, a religião do poder, a religião da carne. E por esta mesma religião muitos caíram e todos caírão.

Eles se prostam ante a grande porta do lugar, um chute para desemperrar e já estão os três lá dentro. Todos fortemente armados, com rifles de assalto, e Tolinsk como era de se esperar, levando consigo a arma símbolo de sua campanha de sangue, a Thompsom de seu pai. E caminham com cautela, quase desabando ao olhar para o alto e deslumbrante teto do templo. Dimitri virando os olhos com o interior do prédio e Klaus virando a cabeça procurando qualquer coisa que se mexa além dos pombos e morcegos dali.

De uma vez vários homens se levantam de suas tocaias e abrem fogo contra estavam escondidos nos inúmeros bancos de madeira maçiça do lugar. Estes sujeitos eram no total de uns sete e estavam descendo bala. Dimitri se joga para se proteger entre os bancos, Klaus se vira, acerta um, gira metralhando outro e toma uma rajada de balas no peito. Ele tomba e se arrasta para se proteger enquanto ufava e tossia sobre a cobertura de fogo de seu colega. E Tolinsk, bem, ele sumiu assim que os tais homens surgiram.

Os estranhos, japoneses, empunhando suas escopetas e metralhadoras avançam sobre os dois guardas atirando. Klaus, caído e baleado, chama a atenção de Dimitri, que está ali do lado, agachado sob fogo cruzado. Klaus fala algo para Dimitri, e ele ouviu mesmo pelos estrondos dos tiros que ecoam e ricocheteiam pelo gigantesco salão da catedral. Ele nunca esqueceu o que Klaus disse com lágrimas nos olhos e sangue escorrendo pela boca, prestes à se encontrar com seu fim no vale da morte: "Saia deste mundo... meu amigo". Isso que ele disse antes de tomar um estouro de escopeta.

Dimitri então se levanta dali, abre fogo nas costas miúdas do japonês, que geme a cada bala que destroi sua coluna lançando estilhaços de sua carne pelo ar. Dimitri se vira para o outro japa logo ali. O japa dispara com a espoceta mas nada acerta Dimitri, era muito longe. Então o rapaz se agacha sobre o banco, apoiando o rifle sobre o mesmo. E em seguida a AK em sua mão vomita a destruição e o caos em forma de chumbo, que viaja mais rápido do que os olhos podem ver, mas o que resta desta destruição e ódio. Os olhos sim, podem ver. O que resta de seus amigos destroçados pelas impiedosas armas do homem. Sim, o homem pode ver.

E Dimitri corre como nunca tinha corrido na vida, corre para fora, corre para a luz da saída. Corre para o frescor da primavera russa que iria de chegar em pouco tempo. Corre, simplesmente arranca de suas pernas toda a energia que elas podem oferecer. E ele corre, mas o passado dele não vai permitir isso, a máfia não vai deixá-lo sair dali, não vivo pelo menos. Quando o rapaz chega no portal coberto de madeira da igreja e salta para fora, um japonês ergue uma colt 1911 e dispara de dentro da catedral. Dimitri cai na neve, como um pobre coelho, quando é pego pelo seu caçador.

O japonês e seus dois colegas gargalham alto. Quando o que porta a 9 milímetros sente algo gelado tocando sua bochecha, ele se vira e é um cintilante cano de kalashinikov. Ele olha a kalash, a kalash olha para ele, rola um incrível momento onde o coitado do japonês chamou por sua mãe antes de Tolinsk sair do escuro e dar um berro apertando o gatilho:

"MORRAA SEU DESGRAÇADO FILHO DE UMA VADIA!!"

E Tolinsk descarrega no crânio do cara, destruindo instântaneamente tudo, mas ele não percebeu isso, ele já virava a arma e numa rajada só acertou a cabeça do outro e as costas do terceiro japonês. O terceiro que ainda estava vivo, Tolinsk fez questão de trocar o pente, enfiar o cano do ânus do cara, e dar dois tiros que reviraram os olhos do coitado que logo depois para de xingar e suspira.

Tolinsk suspira depois de sua crize de ódio. Ao lado dele está uma espécie de ícone ou mozaico, ele não parou para ver a beleza de pedras encrustadas que havia ao lado dele na parede. Ele apenas respirou fundo jorrando vapor pela boca à cada vez que fazia isto.

Aparece um senhor idoso ao lado dele, caminhando tímido e insole. Tolinsk olha, e de impulso dá uma rajada nas pernas do cara. Que apenas cai para trás ensaguentado, nem geme de dor. Então Tolinsk diz:

"Quem é você velho?"

"Eu Vredeniko, o último Bazinovoloska"

"A é? Então aproveita que você está aí e me diz a 'verdade' que você queria me dizer!"

O velho tosse e diz:

"É tudo coisa dos japas..."

"O que?"

"Sim, foi tudo coisa da Yakuza...
No início, um franco atirador matou o homem de confiança de seu pai...
Ele não era da KGB, ele era um mercenário contratado pelo japoneses, sob nosso conhecimento, para sabotar os negócios de vocês"

....

O velho continua:

"Mais tarde, os Slovodan e os Karlpeyja formaram um complô para destruí-los, mas isto era caso isolado. Os chefes de suas famílias não estavam à par da interferência estrangeira, eles apenas queriam limpar vocês dali, por que sua família estava literalmente acabando com o mercado local de narcóticos e armas..."

"Mas por que a Yakuza queria tanto nos destruir? E por que você e sua família permitiram uma desgraça desta?"

"Os japoneses já sabiam das ligações de vocês, e temiam perder seus negócios na América do Norte, pois já sabiam que vocês estavam com as chaves das línhas férreas na mão...
...Os Bazinos não fizeram nada, acharam melhor apenas tentar apaziguar ou intimidar as ações inerentes de vocês"

Tolinsk agarra o velho pela gola e diz:

"Afinal! Quem foi o culpado pela morte de meu pai?!!"

O velho tosse de novo e diz:

"Foi você... o seus atentados fizeram os Karlpeyja e os Slovodan que restavam comprar toda a polícia, por medo de vocês os matarem, e isso que fizeram depois que seu pai faleceu."

"Não!"

"E foi também sua culpa a morte de seus irmãos..."

"O que?"
Tolinsk congela definitivamente.

"... Seus irmãos estão mortos neste momento meu caro... um deles, o do meio, estava vindo de carro para cá, os japoneses iriam esperar ele na ponte... não sei se usariam minas ou um lança foguetes, mas de fato ele está morto... a sim, o mais velho, estava no escritório secreto dele, não mais está lá, eu te garanto... os japoneses não perdoam, isso eu te garanto."

Tolinsk está em choque profundo, ele apenas olha para algo além do que pdoe ser visto, sua pele, mais pálida do que já é, se estria de uma vez enquanto parece formar uma lágrima em seus olhos, e ela sofre tanto para se formar que parece ser a primeira, depois de muito tempo. Então ele diz:

"E o Caspian?"

"... o Caspian? Aquele mais novo com nome de personagem literário? Este deve estar enfeitando o fundo de algum lago congelado á esta hora"

"É MENTIRA!!"

Tolinsk quer, mas não consegue levantar a arma para matar mais uma pessoa. Ele quer, mas não consegue. Ele tenta mas não dá. Então ele olha para o velho, que se recosta no mozaico na parede, vê os corpos e o sangue no chão e o velho diz:

"O fogo não pode queimar o passado... meu jovem... nada pode"

Neste momento surgem mais japoneses de trás da parede. Cerca de cinco.
Então Tolinsk caminha para a saída da igreja, ele vê a fina e lisa neve caindo do lado de fora. Ele caminha para fora. Ele chega até o portal, hesita, olha para trás, vê os gansgters da Yakuza correndo em sua direção, ele tem a kalashinikov na mão, é só atirar. Mas ele não atira, ele solta a arma. E se vira de costas para os japoneses, como uma estátua curvada na frente dos portões da igreja. Os japoneses imediatamente carregam suas armas e desferem todo o metal que existe em seus pentes e cargas. Tolinsk voa pelo com a força que um cano serrado à queima roupa dispara. Ele flutua no ar junto à neve esquichando e espalhando sangue por frações de segundo. Quando ele cai , inerte, sob a calçada na entrada da igreja, da catedral. Ele vai morrer ali mesmo, tomando seu último sol, e verdadeiro sol, da primavera russa. Mas não há nenhum corpo ao lado do dele, o jovem coelho que havia morrido ali, saiu. Mas talvez ele nunca tenha morrido. Apenas, blefado.

"E o único calor que eu sentia, era o da minha arma desgraçada."

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