Olá =D

Este blog é uma obra literária livre, por enquanto. É um conjunto de contos e crônicas que englobam vários personagens e situações.
Literalmente é numa linguagem até que bem poética (alguns dos textos) outros de reflexão, mas a maioria é de pura e dura ação.

Essa obra foi inspirada nos velhos clássicos do cinema: The Godfather, Scarface e outras influências fora do gênero de crime organizado. Até porque, eu querendo ou não, sempre acabo por escrever coisas como praticamente roteiros mesmo.

Espero que a leitura seja agradável e desculpem pelos erros de gramática. Ainda estou tentando corrigir todos. Mas alguns são figuras de linguagem. 

LEIAM  os POSTS DE BAIXO PARA CIMA para seguir a linha de fatos e assim compreender o enredo. Mas se preferirem fazer uma rápida leitura solo. Fiquem à vontade.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Finais Alternativos

Ainda não bolei totalmente os finais alternativos. Mas a idéia de deixar um final meio que sem sal faz parte do esquema literário aqui.

Como se fossem flash backs, o leitor pode voltar a partir de uma parte deste texto final (que eu certamente irei melhorar) e decidir as possibilidades. E a partir destas, pular para o texto correspondente à aquela situação. Por exemplo, e se Tolinsk tivesse simplesmente matado o velho? Ou se não tivesse acreditado no velho? E se aquilo tudo é mentira? Tudo vai funcionar em possibilidades em letras A B C ou até D. Que vão se ramificar talvez.

Aguardem e verão.

sábado, 16 de maio de 2009

Na Catedral

Um dia qualquer, de um eterno inverno

"Eu sou Vredeniko Bazinovoloska, o pai e avô daqueles que você assasssinou dias atrás. Sou o último da maldita família que vocês decidiram aniquilar, e quero me reunir com vocês na velha Catedral de São Basil aqui em Moscou, nada de emboscadas, quero apenas lhe contar a verdade"

Ali está Tolsink junto de Dimitri e Klaus, com as armas empunhadas caminhando decididamente pela congelante praça e rumo ao local marcado. A Catedral de São Basil, que havia sido lacrada pelo regime comunista. Que proibia qualquer tipo de religião. A religião deles passou a ser a dos homens, a religião do poder, a religião da carne. E por esta mesma religião muitos caíram e todos caírão.

Eles se prostam ante a grande porta do lugar, um chute para desemperrar e já estão os três lá dentro. Todos fortemente armados, com rifles de assalto, e Tolinsk como era de se esperar, levando consigo a arma símbolo de sua campanha de sangue, a Thompsom de seu pai. E caminham com cautela, quase desabando ao olhar para o alto e deslumbrante teto do templo. Dimitri virando os olhos com o interior do prédio e Klaus virando a cabeça procurando qualquer coisa que se mexa além dos pombos e morcegos dali.

De uma vez vários homens se levantam de suas tocaias e abrem fogo contra estavam escondidos nos inúmeros bancos de madeira maçiça do lugar. Estes sujeitos eram no total de uns sete e estavam descendo bala. Dimitri se joga para se proteger entre os bancos, Klaus se vira, acerta um, gira metralhando outro e toma uma rajada de balas no peito. Ele tomba e se arrasta para se proteger enquanto ufava e tossia sobre a cobertura de fogo de seu colega. E Tolinsk, bem, ele sumiu assim que os tais homens surgiram.

Os estranhos, japoneses, empunhando suas escopetas e metralhadoras avançam sobre os dois guardas atirando. Klaus, caído e baleado, chama a atenção de Dimitri, que está ali do lado, agachado sob fogo cruzado. Klaus fala algo para Dimitri, e ele ouviu mesmo pelos estrondos dos tiros que ecoam e ricocheteiam pelo gigantesco salão da catedral. Ele nunca esqueceu o que Klaus disse com lágrimas nos olhos e sangue escorrendo pela boca, prestes à se encontrar com seu fim no vale da morte: "Saia deste mundo... meu amigo". Isso que ele disse antes de tomar um estouro de escopeta.

Dimitri então se levanta dali, abre fogo nas costas miúdas do japonês, que geme a cada bala que destroi sua coluna lançando estilhaços de sua carne pelo ar. Dimitri se vira para o outro japa logo ali. O japa dispara com a espoceta mas nada acerta Dimitri, era muito longe. Então o rapaz se agacha sobre o banco, apoiando o rifle sobre o mesmo. E em seguida a AK em sua mão vomita a destruição e o caos em forma de chumbo, que viaja mais rápido do que os olhos podem ver, mas o que resta desta destruição e ódio. Os olhos sim, podem ver. O que resta de seus amigos destroçados pelas impiedosas armas do homem. Sim, o homem pode ver.

E Dimitri corre como nunca tinha corrido na vida, corre para fora, corre para a luz da saída. Corre para o frescor da primavera russa que iria de chegar em pouco tempo. Corre, simplesmente arranca de suas pernas toda a energia que elas podem oferecer. E ele corre, mas o passado dele não vai permitir isso, a máfia não vai deixá-lo sair dali, não vivo pelo menos. Quando o rapaz chega no portal coberto de madeira da igreja e salta para fora, um japonês ergue uma colt 1911 e dispara de dentro da catedral. Dimitri cai na neve, como um pobre coelho, quando é pego pelo seu caçador.

O japonês e seus dois colegas gargalham alto. Quando o que porta a 9 milímetros sente algo gelado tocando sua bochecha, ele se vira e é um cintilante cano de kalashinikov. Ele olha a kalash, a kalash olha para ele, rola um incrível momento onde o coitado do japonês chamou por sua mãe antes de Tolinsk sair do escuro e dar um berro apertando o gatilho:

"MORRAA SEU DESGRAÇADO FILHO DE UMA VADIA!!"

E Tolinsk descarrega no crânio do cara, destruindo instântaneamente tudo, mas ele não percebeu isso, ele já virava a arma e numa rajada só acertou a cabeça do outro e as costas do terceiro japonês. O terceiro que ainda estava vivo, Tolinsk fez questão de trocar o pente, enfiar o cano do ânus do cara, e dar dois tiros que reviraram os olhos do coitado que logo depois para de xingar e suspira.

Tolinsk suspira depois de sua crize de ódio. Ao lado dele está uma espécie de ícone ou mozaico, ele não parou para ver a beleza de pedras encrustadas que havia ao lado dele na parede. Ele apenas respirou fundo jorrando vapor pela boca à cada vez que fazia isto.

Aparece um senhor idoso ao lado dele, caminhando tímido e insole. Tolinsk olha, e de impulso dá uma rajada nas pernas do cara. Que apenas cai para trás ensaguentado, nem geme de dor. Então Tolinsk diz:

"Quem é você velho?"

"Eu Vredeniko, o último Bazinovoloska"

"A é? Então aproveita que você está aí e me diz a 'verdade' que você queria me dizer!"

O velho tosse e diz:

"É tudo coisa dos japas..."

"O que?"

"Sim, foi tudo coisa da Yakuza...
No início, um franco atirador matou o homem de confiança de seu pai...
Ele não era da KGB, ele era um mercenário contratado pelo japoneses, sob nosso conhecimento, para sabotar os negócios de vocês"

....

O velho continua:

"Mais tarde, os Slovodan e os Karlpeyja formaram um complô para destruí-los, mas isto era caso isolado. Os chefes de suas famílias não estavam à par da interferência estrangeira, eles apenas queriam limpar vocês dali, por que sua família estava literalmente acabando com o mercado local de narcóticos e armas..."

"Mas por que a Yakuza queria tanto nos destruir? E por que você e sua família permitiram uma desgraça desta?"

"Os japoneses já sabiam das ligações de vocês, e temiam perder seus negócios na América do Norte, pois já sabiam que vocês estavam com as chaves das línhas férreas na mão...
...Os Bazinos não fizeram nada, acharam melhor apenas tentar apaziguar ou intimidar as ações inerentes de vocês"

Tolinsk agarra o velho pela gola e diz:

"Afinal! Quem foi o culpado pela morte de meu pai?!!"

O velho tosse de novo e diz:

"Foi você... o seus atentados fizeram os Karlpeyja e os Slovodan que restavam comprar toda a polícia, por medo de vocês os matarem, e isso que fizeram depois que seu pai faleceu."

"Não!"

"E foi também sua culpa a morte de seus irmãos..."

"O que?"
Tolinsk congela definitivamente.

"... Seus irmãos estão mortos neste momento meu caro... um deles, o do meio, estava vindo de carro para cá, os japoneses iriam esperar ele na ponte... não sei se usariam minas ou um lança foguetes, mas de fato ele está morto... a sim, o mais velho, estava no escritório secreto dele, não mais está lá, eu te garanto... os japoneses não perdoam, isso eu te garanto."

Tolinsk está em choque profundo, ele apenas olha para algo além do que pdoe ser visto, sua pele, mais pálida do que já é, se estria de uma vez enquanto parece formar uma lágrima em seus olhos, e ela sofre tanto para se formar que parece ser a primeira, depois de muito tempo. Então ele diz:

"E o Caspian?"

"... o Caspian? Aquele mais novo com nome de personagem literário? Este deve estar enfeitando o fundo de algum lago congelado á esta hora"

"É MENTIRA!!"

Tolinsk quer, mas não consegue levantar a arma para matar mais uma pessoa. Ele quer, mas não consegue. Ele tenta mas não dá. Então ele olha para o velho, que se recosta no mozaico na parede, vê os corpos e o sangue no chão e o velho diz:

"O fogo não pode queimar o passado... meu jovem... nada pode"

Neste momento surgem mais japoneses de trás da parede. Cerca de cinco.
Então Tolinsk caminha para a saída da igreja, ele vê a fina e lisa neve caindo do lado de fora. Ele caminha para fora. Ele chega até o portal, hesita, olha para trás, vê os gansgters da Yakuza correndo em sua direção, ele tem a kalashinikov na mão, é só atirar. Mas ele não atira, ele solta a arma. E se vira de costas para os japoneses, como uma estátua curvada na frente dos portões da igreja. Os japoneses imediatamente carregam suas armas e desferem todo o metal que existe em seus pentes e cargas. Tolinsk voa pelo com a força que um cano serrado à queima roupa dispara. Ele flutua no ar junto à neve esquichando e espalhando sangue por frações de segundo. Quando ele cai , inerte, sob a calçada na entrada da igreja, da catedral. Ele vai morrer ali mesmo, tomando seu último sol, e verdadeiro sol, da primavera russa. Mas não há nenhum corpo ao lado do dele, o jovem coelho que havia morrido ali, saiu. Mas talvez ele nunca tenha morrido. Apenas, blefado.

"E o único calor que eu sentia, era o da minha arma desgraçada."

sábado, 9 de maio de 2009

Prato Frio

As chaminés cospem fumaça e enxofre,

Os rostos cheios de fuligem ardem de desespero,

Seus corpos não podem mais agüentar,

Suas mentes não podem mais ver,

 

No complexo mentor dos mestres das armas,

Nada mais respira,

Nada mais sente,

Nada foi perodado,

 

...

 

Vou lhes contar o que aconteceu ali,

Um homem, dois demônios,

uma família, duas feridas,

Nenhuma compaixão,

Nenhuma humanidade,

As suturas se abrem,

As armas se aquecem,

Um rosto, com duas almas

Brande o pesado fardo do julgamento,

Reluz em seus olhos a justiça,

Queima em seus olhos a vingança

 

...   ...

 

Isso,

Enquanto os Bazino se recolhiam em luto e remorso, e seus capangas se animavam à cada gole de vodca, à cada carta na mesa. Mas não à cada bala que arrancou sangue de um, o qual caiu sobre o baralho, cuspindo sangue na vista de seus colegas, e seguido pelos outros que antes mesmo de se levantarem e arrancarem as armas dos coldres, já estavam caídos e cheios de furos e gelo nas entranhas. O estrondo alarmou os outros que estavam dentro da casa, um deles, perdeu a cabeça quando a colocou para checar, e em segundos um coquetel molotov já explodia dentro da casa. E em momentos, tudo que se mexia dentro da casa foi banalmente carbonizado ou fuzilado depois. E mais tarde quase todos os Bazinovoloska já estavam dentro da caldeira da usina de carvão ali do outro lado da rua.

 

E em segundos o que era um ser humano,

virou fuligem, virou pó

Enquanto isso, Tolinsk e seus irmãos observavam a casa de seus inimigos em chamas,

Ambos esperando, o que não pode se esperar.

 

As chaminés cospem fumaça e detritos humanos,

Os rostos cheios de fuligem ardem de desespero,

Seus corpos não agüentam mais,

Suas mentes não existem,

Não mais.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

No Baralho

O vapor levanta das grandes máquinas de ferro à serviço do mal.
No trilho lá fora; mas lá dentro isso não existe, pouco importa. É um olho na sua mão, e o outro na mão do adversário. Surge uma gotícula de suor no rosto dele, você fala:

"Você tem uma dama aí?"
O outro dá um gole na branca, limpa a garganta e responde quase tossindo:
"Não, e você? Hahaha!"
Você abaixa a cabeça, ri um pouco e grita pros caras da cozinha:
"Trás alguma coisa aqui pro Klaus! O coitado tá c'um porre desgraçado! 
Klaus responde bem cômico:
"Rsrs, fica quieto Dimitri! Café nenhum no mundo me tira esse prazerrhhh de estár com você, aqui e agora bebe'nu essa "aguinha" jogando baralho contiguh!"
Dimitri não aguenta e começa à gargalhar. E com ele o pessoal da cozinha. Diziam: "Esse Klaus não existe! Hahaha!"
Aí que Dimitri fala pro bêbado: "Quem disse que íamos trazer café!"
Klaus mesmo alterado, leu na cara do rapaz o que era que eles iam trazer.
Dimitri enfia a mão dentro do casaco com carinho, tira a chave da porta e abre ela para duas ninfetas galegas cheias de experiência.
Klaus faz uma cara impagável, ele abre os olhos com uma felicidade... E ja vai falando: "Quando for pra trazer ESSE tipo de café, avisa para eu te dar... (faz que vai dar um peteleco) ...Um barril de vodka, poruqe agente vai cair na gandaia pessoal!
E se eu fosse descrever o que aconteceu depois, minha mãe viria lá de São Petesburgo pra me dá uns tapas.

domingo, 3 de maio de 2009

O Fim está Próximo

Enfim o enredo está na sua reta final.

Estou arquitetando o melhor fim para esta obra.
Sabe como é, várias idéias, mas só uma vaga. Até pensei em adotar um esquema de "Você decide". Ou de finais alternativos. 
Pra um livro, do jeito que estou pensando. É bastante revolucionário, pelo menos para mim. Nunca vi algo parecido.

Vou adotar esse sistema.
Vou fazer um texto final, que dará ao leitor a opção de escolher o seu final. Decidir que ação o protagonista vai tomar, e logo em seguida essa opção levará à mais uma escolha, depois disso tem o final alternativo. É muito insteressante isso. Muitas vezes, acontece em tramas desse tipo, de o final não cumprir as espectativas do leitor. Então vou dar vários, para que pelo menos um deles agrade. E se não agradar, o leitor pode ir lendo os outros finais e escolher o seu. Seria um livro interativo. Pode ser que isso estrague a "magia da literatura" ou o padrão das coisas. Mas nunca gostei de seguir padrões mesmo. 

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Açoite do Leste

2 de Maio de 1992, Leningrado

Ele arde enquanto seu sapato pisa no pátio molhado que tudo reflete. Tal qual, reflete a ardência, o dinheiro, almas não perdoadas. E como um açoite, ele retorna ao seu dever, a sua incansável busca. Por algo.

 

À seu redor só existe fogo, morte e destruição. Tudo desmantelando, enquanto ele, parado perigosamente perto das labaredas de fogo que pulam de dentro dos carros que ele mesmo explodiu. Ele observa sua obra, portando a blindagem de uma alma congelada.

 

Ele ergue seu lança foguetes, e se vira para seu assistente que vem abismado lhe por à par.

 

– Chefe, seu irmão está estado grave. Mas os médicos dizem que ele vai sobreviver.

– Vocês não podiam usar o telégrafo ao menos uma vez?

– Desculpe senhor Tolinsk; Mas Slovan ordenou que parássemos com o telégrafo ou rádio, pois tem alto risco de grampo.

 

E havia mesmo, mas Tolinsk não concordava com isso, ele odiava se esconder, mas agora eles não se escondiam mais do governo, se escondiam de outros dezenas de grupos criminosos que acabavam de nascer do exército de militares colocados na rua por falta de recursos. Mas isso certamente fortaleceu os Dragunov. E por isso mesmo agora eles vão dar o troco; e segundo Tolinsk, com juros que nem judeu ousaria cobrar.

 

Detalhe para o ódio aparentemente inexplicável dele por judeus, não, talvez neo-nazismo, mas o motivo mais aceito entre os cochichos de seus homens é que um agiota judeu teria emprestado dinheiro à seu pai quando ele foi tentar a sorte em Moscou, seu pai não tinha como pagar, então o agiota não levou algo de sua casa, não lhe cortou um dedo ou lhe entregou à polícia como pagamento. O judeu quis sua mãe, e executou a cobrança sem a ciência de seu pai que segundo um poeta teria sua alma destroçada quando encontrou sua mulher estuprada e esquartejada. Depois disso, ele comprou uma arma, a mesma submetralhadora Thompson 1921 que Tolinsk usou para o vingar depois. Com aquela arma, anos mais tarde, ele usou para destruir o intestino do judeu pelo ânus, depois de fazer não se sabe o que com o coitado. Enfim, seu pai escolheu depois disso, levar a vida subversiva do crime. Que seus filhos seguiram.

 

Mas agora Tolinsk vai fazer segundo ele, o último julgamento.

Esse último ato, foi o estopim para o retorno da guerra da máfia vermelha. E os velhos Bazinolovoska vão pagar.

Pelo que? Está dito.

Antes da destruição que Tolinsk apreciava “surgir”. Houve uma pequena conversa. Aquilo que queimava era o carro de um dos filhos, e chefes dos “Bazinos”. Um informante infiltrado dentro das operações deles indicou o dia e a hora em que o carro passaria por ali, e também indicou coisas interessantes e libertadoras sobre o que aconteceu em 1989. Coisa que Tolinsk queria ouvir da boca de um deles.

 

A verdade é, segundo um infiltrado, que os Karpeyja e os Slovodan sim se juntaram para acabar com os Dragunov, e quase conseguiram. Mas foram os Bazinovoloska que compraram a polícia como mercenários e destruíram todo o negócio dos Dragunov. O que levou à morte de seu pai. Não foram os Karpeyja como deduziram ele e seus irmãos. Foi tudo os Bazinos, inclusive, segundo o informante, os homens que tentaram matar Caspian sob fachada de uma reunião amigável não eram da Yakuza. Eram japoneses contratados para se passar de membros da máfia nipônica.

 

Tolinsk fez aquele filho dos Bazino falar quase tudo isso, mas quando o infeliz começou à negar e gaguejar denovo ele não teve paciência. Fez questão de enfiar ele no carro junto de sua família e os corpos de seus guarda costas e explodir tudo com uma RPG (lançador de foguetes soviético).

Ele vai continuar,

E agora nada o impede de retomar o controle.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Batismo de Aço

17 de Agosto de 1991, Setor Industrial de Vladivostok

 

E ele caminha,

Pelos altos prédios sujos e empoeirados ele vem

E as nuvens de limalha ele cruza

A industria urra, as máquinas gemem e rangem

Os homens suam com o frio

Seus pés se enegrecem com a gangrena dos tempos

Que ainda a piorar

Ou não

 

Caspian chega até a linha do trem, que cruza por dentro da cidade e por dentro dos complexos industriais, que aliás faziam tanto barulho que nem se podia ouvir o trem, não havia cancelas no cruzamento. Mas o rapaz como foi treinado para guerrilha dentro da taiga rente à linha ferroviária, sabia quando um trem vinha ou não. Aquela parte da cidade tem grande trânsito de locomotivas, e logo quando ele chega, já se abaixa e toca as barras de ferro da linha. Para verificar se estavam vibrando. Depois disso ele dá meia volta, enfia as mãos dentro dos bolsos e aguarda o desconhecido.

 

E ali espera tranqüilamente, com os jornais correndo e girando no asfalto.

Com a pesada poeira do ferro e carbono no ar.

Ali espera o sujeito q foi registrado como filho do próprio tio. Decisão de seu pai, visto que queria dar a chance de pelo menos um de seus filhos seguir uma vida normal, sem qualquer vínculo oficial com ele, seus irmãos e suas fichas encharcadas de sangue e furadas pelos estiletes dos nervosos delegados da KGB.

Ali estava,

Sozinho? Quem sabe

Esperando o que? Nem Deus sabe

Mas ele espera. Ele remeche as mãos dentro do capote, ele levanta a gola e respira vapor.

 

Naquele segundo, naquele momento. Ele sente; Atrás dele, logo no final do alto corredor de desembarque, por trás das vigas de madeira. O som de uma AK engatilhando.

Seu coração bate três vezes, antes dele se mexer, antes disso um homem sai de dentro do prédio com o fuzil.

Ele encara o cano, o cano o encara, e o rosto amarelo e contorcido daquele japonês desgraçado nem é de se comentar. Nem que o tal parece ter gritado “Banzai!” antes de abrir fogo. Eram cinco metros, trinta balas, um pente, um japonês e um coração.

E estoura a madeira nesse ponto. O japa, bem vestido com um sobretudo negro e um cachecol combinando abre fogo no peito de Caspian, que dá uns passos para trás e cai do barranco de cargas; Para ele, o segundo entre o escorregão e o impacto na fofa neve duraram horas.

E ele cai; e ele cai.

 

E um estrondo parecido com o do fuzil de assalto soa quase q nulo perto do som das fábricas. Um tiro, um japa com um olho à menos, dois corpos no chão e um metro de esguicho de cérebro atrás do amarelo.

 

Mas o feno não acaba agora, mais quatro japoneses aparecem do outro lado da rua, no melhor estilo “Yakuza”, com direito ao irreverente óculos redondo. E esse povo caminha com violência rumo à Caspian, que não se deu pro vencido, ele se arrasta no sentido da rua, está quase passando por cima dos trilhos. Os japas chegam perto, eis que mais um deles cai por terra em um banho sangue na garganta depois de mais um lindo eco de fuzil, os outros se assustam com isso; Um deles se abaixa atrás de algumas caixas e o outro caminha rumo à vítima que engatinha. Nesse ponto Caspian já está do outro lado dos trilhos, o Japonês para antes de atravessar os trilhos, faz um sorriso maroto bem desgraçado enquanto ergue e engatilha sua arma, os outros dois ficam atrás deles fazendo pose. O outro de tocaia acha que eles são loucos, afinal, tem um atirador escondido derrubando todos eles. Mas ele não importam, parecem ter tanto orgasmo em encarar o coitado que engatinha para não morrer que não percebem o trem em alta velocidade descendo os trilhos. Até por que tava barulhento demais ali para ouvir. Os gangsters do sol nascente caminham para cima do tilho querendo dar um belo tiro na testa pra botar no currículo. Quando os três estão em cima da linha, um deles segura o peito de Caspian e o ergue, aí que a feroz locomotiva passa com violência e cepa tudo que está na frente. Em frações de segundo Caspian cai no chão ao lado do trem que passa com um antebraço japonês preso à gola de seu colete à prova de balas. 

Foi tocante, foi feio, foi...  desolador. O Resultado da Guerra; Um braço japonês; Três homens batizados pelo Aço. Levados, limpos, purificados; atropelados. E mais númerologia das coisas.

Mas o trem levou.

 O outro que esperava do outro lado, gela com a visão de ver 3 homens sendo arrebatados daquele jeito. Quando ele se vira, Klaus o agarra e o degola com amor.

Depois disso Slovan aparece, pergunta algo sobre onde foi mesmo que o Dimitri se escondeu com a SVD (rifle de precisão) e reclamava da sujeira que ele fez. Ele se abaixa, pega o óculos de um dos amarelos e reclama denovo que tinha avisado pra ele não acertar perto dos olhos por que ele queria mais de um daqueles óculos estilosos. Enquanto Klaus corria para socorrer Caspian que mesmo protegido sofreu com o impacto destruidor da Kalashnnikov.

Foi o que ele disse. 

"E a Yakuza apodrece!"

Mas o que aconteceu ali, uma contra emboscada, certamente vai custar caro. Assim está escrito; com sangue.

terça-feira, 28 de abril de 2009

O Esquema

Bem,
Eu já te disse basicamente como funciona o poder dentro da organização. Mas agora te digo como funciona o esquema, em mais detalhes.

Caspian como você sabe foi tenente do Exército Soviético, se aposentou devido à uma "lesão" no joelho durante seu serviço na Checoslováquia, daí ele ficou manco. Mas o que importa é que ele tem muitos contatos dentro dos altos escalões à venda dentro do exército. Sem falar dos que o devem favores. Daí ele consegue facilmente contrabandear armas direto dos armazéns militares. Coisa que ficaria empilhada presa por burocracia ou desuso do governo. 

Depois com as armas, ele as embarca em rotas ferroviárias de fachada, colocam como expresso de suprimentos militares, essas armas saem de diversos pontos do oeste central russo para o leste na gigantesca malha ferroviária da URSS. Depois essas armas são desembarcadas em Estações sob comando direto da família, estações clandestinas que repassam o material da linha oficial para linhas secretas, linhas criadas pelo governo sob total sigilo construídas para não serem localizadas, a maioria delas passa dentro de densas florestas da inesxplorada taiga do norte e leste, e graças às ligações de Caspian, os Dragunov tem acesso VIP a elas, já que o governo não as utiliza à anos. Depois disso as armas vão, ou para portos secretos no norte ártico para viajarem para a Europa e América, ou vão para a China e India. As vezes vão até mesmo para a mão dos camponeses que podem pagar ou para juntas rebeldes de esquerda (esquerda num páis de esquerda?). 

Enfim,
O que importa é faturar, então essas armas, e as bebidas destiladas no leste russo também. São todos negociados. A parte de vendas pequenas é feita por tenentes da família. Mas as grandes transações, estas são supervisionadas pessoalmente ou por Slovan e seu grupo de homens de confiança, entre eles Vassili, aquele do "beco de sangue". Ou Tolinsk, que conta com serviços de um total de doze homens. Irônico o número, dito que ele os leva para onde vai, entre eles está Dimitri e Klaus. Ulano diz que Tolinsk pegou a "nata" da organização para si nesse ponto. Mas ele pouco se dana com isso, o que ele quer é fazer seu serviço, e ter certeza que os outros estão fazendo os seus.

Pois é isso,
Tome um traguinho aqui.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A Máfia

15 de Agosto de 1991

O funcionamento da família Dragunov é muito simples. Quer dizer, nem tanto. Ao contrário da "cosa nostra" onde se tem apenas um chefão mentor da família, o Don, que tal organiza, cordena e possue todas as  operações criminosas, depois dele teriam os Capos e assim por diante. Nesse sistema siciliano, o capital adquirido por meios ilegais é aplicado em negócios legalizados e dentro da lei, em tese. Mas no caso dos Dragunov, que são acima de tudo traficantes de armas e bebidas, a coisa é diferente. Primeiro por que eles vivem em um país comunista, em decadência, mas comunista. A maioria dos negócios e empresas são estatizados. Então logo à um bloqueio para investir em empresas limpas, como os italianos fazem, quando fazem, investem na China ou em outro país com mão de obra praticamente de graça, como a India.

Mas como eu disse é diferente, inves de apenas um chefe, existem vários chefes, o que torna bem mais difícil eliminar a família como um todo, pois não tem só uma raíz para cortar, tem várias, e se uma é arrancada, as outras tomam o seu lugar e crescem mais onde aquela foi decepada. Nesse caso, como antes faziam, ele dividiam os negócios em departamentos. Tolinsk, o mais ativo no 'trabalho', sempre foi o encarregado das "relações públicas" ou o responssável pelos "presuntos". Ou seja, ele que fazia (e faz)  o serviço sujo com os traídores da família, cobrar dívidas grandes, executar os "graúdos" em encontros falsos e coisas nesse sentido. Ele seria por exemplo, o poder Executivo, no sentido puro da palavra. Slovan faz a parte de negociador, quase o mesmo que e com Tolinsk, só que ele troca idéia com o pessoal, ele cordena se é possível e o que não é possível dentro dos negócios, ele bate o martelo e seu irmão vai lá e mata, supervisiona o serviço.
Ulano, o mais velho, é o tesoureiro e contador da família, também já fez muito sangue jorrar, mas tem preferência por se sentar e mexer com os "números do negócio". Sem falar que ele adora contar dinheiro.
Caspian entrou como o responsável pelos investimentos legais da família. Como ele tem o nome limpo, ao contrário de seus irmãos e foi registrado pelo próprio pai com outra paternidade. Ninguém suspeita de sua ligação direta com os Dragunov. Ele vai para o país alvo, abre um negócio no nome dele, nomeia um cara de confiança para gerenciar o lugar, e volta de tempos em tempos para verificar e investir no negócio. Ele seria o menos podre da cesta de maçãs estragadas.





sábado, 25 de abril de 2009

Sujeira

14 de Agosto de 1991, Ainda em algum lugar na Mongólia

Enquanto os lobos e os ventos selvagens das estepes uivavam do lado de fora. Aquecia dentro de um casebre gelado a ira de um demônio. Ninguém dizia nada, ninguém falava nada, ninguém sequer pensava nada. Estava frio, estava pesado e escuro dentro daquele lugar. Os homens fumavam, tremiam, e se entreolhavam dentro do quarto escuro, onde luz só entrava por pequenas e humildes frestas na madeira do telhado. Nada mais sentia ou respirava dentro daquele lugar, os gemidos e choros foram silenciados, ou então ignorados, não existia mais coração que aguentasse tentar ouvir o que acontecia dentro da outra sala. A sala com o chefe, o chinês e um cortador de batatas.

De tempos e tempos dali, saía alguma fatia do refém dentro de uma sacola de pão. O refém ao menos saía de alguma forma, mas mais ninguém além de seus retalhos colocava o pé pra fora dali dês da madrugada.

Mas aí que surge o som de um motor, um caminhão engata o breque de mão, saem dois homens. A porta se abre com força, um deles fala: Onde está Tolinsk?.

Os guardas apontam mexendo a cabeça para o rumo da porta, o homem entra na fatídica sala e logo em seguida ocorre uma discussão. Era Caspian que acabara de chegar, ele tinha sido enviado por Ulano para falar pessoalmente com ele. Parece que não podiam mais arrancar nada dos chineses, e aquele coitado do refém deveria ser solto, ou não.

 

Pronto, e a poeira rosa voa depois de Tolinsk desferir tranquilamente uma bala na cabeça do refém durante o bate-boca. Caspian não gostou daquilo, como sempre teve um senso de justiça, não queria matar aquele chinês, algo já decretado por Tolinsk, dês de que o coitado foi capturado.

Mas aquilo não ficou barato. Caspian não aceitava o comando gélido de Tolinsk. Apesar de ter dado certo, ele achava e sabia que aquilo iria se voltar contra eles, como voltou na morte de seu pai. Que morreu à mingua por falta de remédios por que não podiam sair e comprar nada depois que os Karpeyja pactados com os Slovodan corromperam a polícia e colocaram a cidade toda atrás deles. Tudo isso por vingança dos atos violentos e ousados arquitetados por Tolinsk.

Como eu disse, Caspian não aceitava aquilo, afinal Tolinsk era o segundo filho, Ulano o primogênito, por direito tinha que estar no comando. E como Ulano possue um temperamento bem mais benevolente, mas frio, Caspian imaginava a família num lugar melhor que aquele.

A briga dura cerca de alguns minutos, mas depois disso, tudo silencia e Caspian sai de cabeça abaixada e vai embora enquanto Tolinsk jogava o corpo do amarelo na neve e o queimava.

Ao menos aquilo aquecia os homens.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Chinês

13 de Agosto de 1991, Em algum lugar na Mongólia


"Tolinsk, não poderei comparecer à reunião como prometido, problemas surgiram aqui em Petersburgo. De seu irmão, Slovan"


Isto estava escrito num recorte de caderno meio amassado e borrado e sendo entregue nas mãos do destinatário, que estava muito feliz com o telegrama:

"Que porra é essa Dimitri! Que? Telegrama do Slovan?"
...
"A reunião é agora! E você vem me entregar essa droga só agora?"

Tolinsk enfia o papel dentro do bolso, pega a pistola em cima da mesa e sai da sala, entrando em outra sala mais escura ainda, num casebre aos pedaços, com neve e lobos entrando pelos buracos. Ele entra na outra sala, ao fechar a porta meio quilo de poeira cai no chão, que aliás é de terra batida. Ele resmunga algo sobre a casa e sobre o quanto o cara que arrumou ela era um filho de alguma desgraça. E ele, mais uma vez, senta numa cadeira rangedora de madeira, ao lado de um encapuzado, ele tira o capuz do coitado. Era um chinês, ou melhor, era um membro da tríade, uma das máfias mais antigas do mundo. Ele devia ser filho de algum graúdo de Hong Kong.

Tolinsk faz mais algumas perguntas para ele, um tradutor devidamente confiável estava ali prestando serviço. Mas naquele ponto, a família suspeitava até de tradutores tercerizados, por isso Tolinsk chamou um amigo da região para ser o tradutor do tradutor. Ou melhor, fiscal. Mas o que importa é que ele não perdia a chance de fazer perguntas debochadas como sobre o tamanho de certos lugares, se aproveitando do atordoado e histérico chinês. O que arrancava gargalhadas dos guardinhas sentados na sala porque o coitado do asiático começava à falar e berrar um "bocado de merda", segundo mesmo o tradutor nem entendia e dizia que era simplesmente merda.

Enfim, o que Tolinsk e os Dragunov queriam mesmo com aquele infeliz, era arrancar um pouco de grana dos chineses, além de sangue e fatias de seu couro cuidadosamente cortados com um descascador de batata ali em cima na mesa. Já que os Dragunov não eram tão conhecidos, a rússia cobria com panos pretos o que acontecia ali dentro, e mesmo assim, eles não tinham mais senso de perigo. O que causava certos impaces dentro da organização, por questionamentos de ordens absurdas e ousadas, que incrívelmente dão certo. Como por exemplo esta, de sequestrar o filho de um dos chefões da máfia chinesa bem ao lado da China. Mas como já disseram, as vezes o mais óbvio é o melhor caminho, por ser óbvio e perigoso, ninguém espera que alguém o pegue. Em alguns casos, as vítimas ficam tão assustadas com a ousadia dos sequestradores que nem imagina que seja um grupo criminoso emergente.

Figura: Chamas

Esta é uma tentativa de ilustração da crônica "Chamas". Mas ainda sim, o desenho que melhor representa essa cena é o de capa, ou melhor, tema do livro. Neste post tem todas as versões: http://moscouemchamas.blogspot.com/2009/04/desenho.html

Figura: Café da Manhã

quarta-feira, 22 de abril de 2009

domingo, 19 de abril de 2009

Boato de Taverna

Moscou, 9 de Agosto de 1991

E a vingança deveria continuar. Até duas semanas depois da morte do núcleo Karpeyja, ecoavam pela cidade o terror da guerra das máfias. Mas a poeira baixou, os irmãos sem pai nunca mais foram vistos depois do massacre no cemitério de Moscou. 

Mas depois de mais de um ano desaparecidos eles reaparecem e agora de uma vês por todas, Tolinsk toma o controle da decadente máfia dos Dragunov. Isso era motivo de polêmica por entre os bandidos, vigaristas e vagabundos da cidade, tipo de gente que vem triplicando devido à crise da economia comunista. Nem todos temiam, os céticos diziam que voltariam apenas para morrer. Mas, a organização de Ivan Dragunov, apesar de ameaçada, perseguida e rechaçada em Moscou pelas famílias rivais e pela KGB. Não estava acabada. Ulano e seu pai antes dele, ampliaram uma rede de tráfico de armas e narcóticos por toda a malha ferroviária da Sibéria. Vendiam armas militares para a China e para a Coréia. Graças às conexões de Caspian que serviu no exército e chegou à primeiro tenente no exército soviético. E parece que todos estes negócios foram reestruturados e fortalecidos.

 Corre o boato que Tolinsk mandou seqüestrar membros da Tríade chinesa para extorqui-los. Mas boato é boato. Nada se prova, ainda mais com o estado encobrindo tudo. Mas não é só isso, existem informações de que os Dragunov começaram à abrir negócios com os irlandeses e também com os camaradas americanos. Enquanto os Bazinolovoska controlavam toda a parte oeste da Rússia, os Dragunov os flanqueavam e criaram portos clandestinos no ártico e no oceano pacífico. Dês de Vladivostok até Omsk.

Mas como dizem, é tudo lenda. Será? E todos os bêbados do bar riram.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Chamas

27 de Dezembro de 1989, Cemitério Novodevichi, Moscou

 

Era um dia qualquer, nevando levemente com uma brisa ártica, era uma hora qualquer, isso para todos. Mas para a família Dragunov, aquilo era um dia marcado na eternidade. 

Aquilo, era o sepultamento de “Don” Dragunov, como diziam os italianos. Estava ali, os quatro irmãos, Ulano, Tolinsk, Slovan e Caspian. Nomes que seu pai colocou em honra à alguns velhos e honrados amigos e personagens literários. Mas aquilo não era literatura, não era a poesia que seu pai tanto amava, não era o bom jazz yankee, não era os acordes de Chopin, não era mais um dia de lição com seu velho pai. Era um adeus banhado pela amada brisa das montanhas geladas onde seu pai viveu parte de sua vida, antes de vir para a cidade e iniciar os negócios e seu legado. E Tolinsk, não ia permitir o fim disso. 

Não havia muitos presentes, alguns familiares, alguns amigos, parte do corpo de “tenentes” e “soldados” da organização. E logo quando Caspian coloca a velha e boa Thompson (metralhadora americana) de seu pai sobre o caixão. Surge um comboio de carros chegando na ruela dentro do cemitério. Dali sai “Don” Karpeyja e família para prestar seus pêsames.

Quando todos aqueles homens, saíram do carro, Tolinsk olha friamente para Dimitri, que faz um sinal para ele. E aqueles desgraçados dos Karpeyja se aproximavam em um nojento luto falso. Isso latejava na mente dos Dragunov como fogo. “Como podiam aqueles malditos ter a coragem de vi àquele enterro?”.Era costume isso dentro da máfia na Itália e na América...

 

“Bom dia” – diz gentilmente o culpado pelo enterro

 

Mas aqui é a RUSSIA

Tolinsk pega a arma de seu pai em cima do caixão, que aliás, estava carregada. E despeja fogo e metal à queima roupa no Karpeyja Pai, em frações de segundo as costas do sujeito estavam destruídas pela saída das balas no corpo. Ninguém esperava isso, pelo menos por parte dos arrogantes Karpeyja. E enquanto jorrava sangue sobre seus olhos, os capangas que vieram junto do comboio vão puxar suas armas, antes de disso Slovan puxa duas pistolas calibre cinqüenta e estoura o peito de um e a cabeça de outro. Klaus se joga no chão e pega uma AK enterrada na neve. Ele se ajoelha e abre fogo contra os capangas adjacentes e o resto dos Drgunov estavam armados. Alguns tentaram correr e se esconder nas arvores e nas criptas, mas antes de conseguirem algo tomaram chumbo nos pés para depois serem executados. Ainda sobraram os dois filhos covardes dos Karpeyja. Eles se enfiaram no carro pai que estava à poucos metros da cova e mal conseguiam ligar o carro de medo. Tolinsk levanta sua Thompson e dá um rajada dentro do carro e diz:

 

“Blindado é?!”

 

Slovan dá três tiros na vidraça para arrancá-la. A munição pesada de suas .50 era páreo para essas blindagens. E então ele diz:

 

“Faça as honras irmão!”

 

Tolinsk ainda consegue trocar o redondo pente da metralhadora enquanto os dois desolados choram de medo dentro do carro. Muito diferente do que faziam, enquanto estavam protegidos pelo pai. Estufavam o peito e exibiam suas armas e belas mulheres;

 

Tolinsk chega perto do carro e descarrega bala com tesão com a arma dentro do carro. As balas faziam uma lambança dentro daquele luxuoso carro enquanto os coitados se retorciam e gemiam dentro dele. Os estilhaços de vidro zarpam no ar, cintilam e giram como gelo.O estofamento, o couro, o painel e até a neve atrás do carro estavam vermelhos. Um deles tentou sair pela porta do outro lado, mas cambaleou e se arrastou o quanto pode enquanto tomando balas no corpo todo, por fim ele cai á dois metros do carro e o sangue de todos estava derramado e escorrendo frente ao túmulo de seu pai. Tolinsk volta para junto de seus irmãos, quando passa pelo corpo do Karpeyja pai ainda dá alguns tiros nele. Ele ergue sua arma com o cano “fumando” e pergunta à Dimitri que havia colocado um toca discos rodando ali perto:


 “Que diabo de música é essa que você colocou aí Dimitri?”

Ele responde:

“Isso faz muito sucesso na América, chamam de ‘Heavy Metal’ senhor”

“Você tem que arrumar mais alguns desses!”


 Depois disso os carros são incendiados junto dos corpos. Um dos capangas dos Dragunov foi morto. Mas isso não desviava a atenção de Tolinsk às chamas. E estava feito o tributo à Boris Dragunov. E as chamas ardiam, ainda.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Cartaz (Off)

"Uma imagem vale mais que mil palavras"

Era no que eu pensava quando estava no meio de uma aula de informática básica do meu colégio, morrendo de interesse enquanto o professor nos ensinava como criar pastas. Eu imaginava o quanto esse meu projeto era espetacular e maravilhoso. Eu chegava à ter arrepios quando eu imaginava cada detalhe, o som, a música, o ângulo e forma com que eu via cada crônica desse livro. Para mim, que os escrevia, eram como roteiros de filmes. E com certeza é mais isso do que qualquer outra coisa, eu acho. Mas daí veio uma ponta de inspiração, eu não estava fazendo nada mesmo, a internet era cortada da sala para não podermos fuçar em Orkut (Eca ¬¬) durante a aula. 
Daí eu pensei: "Vou rabiscar algo no Paint, já que eu estou aqui mesmo ^^". 
Depois de um comentário animador de uma colega ao meu lado, eu me vi na frente de uma verdadeira composição , um rascunho, de algo que eu sabia que poderia tirar algumas horas para fazer. Daí o que fiz, mesmo perdendo o rascunho por causa de um coleguinha filho da P%$¨!@. Eu naquele mesmo dia tirei a madruga pra fazer aquela idéia.
Demorou, mas o resultado foi animador. Taí algumas versões do desenho, além daquele banner legal lá em cima. xD


Eu recebi bons elogios, espero que tenha agradado. E estou pensando em fazer qudrinhos no paint (fiz isso ae no paint) ou instalar um Photoshop e aprender à usar :P

Ps: Thanks à Felipe Chavez que editou a imagem e criou a versão de cinema \o

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Quando a Vida Acaba

25 de Dezembro de 1989, Em algum lugar de Moscou

Num apartamento qualquer em algum lugar da cidade,  onde a chama da calefação suprime por pouco a neve pesada, o gelo e o frio que fazia, como de costume. Mas seguindo o curso da brasa do vapor e fumaça do aquecedor chegamos à uma janela, fechada à sete cortinas, onde a vida paira para terminar. Um homem deitado na cama, uma mão envelhecida e cansada, um passado de sangue e quatro filhos aos pés da cama. O velho homem já desfalecido pelo tempo e pelo país, aquece seu último lençol, não à medicamentos para ele, nem para ninguém ali. Todos ali estavam destinados à perseguição do governo, “Que matem, e que morram. E que congelem suas lágrimas obscuras e subversivas ao sonho comunista” assim disse uma vez Slovan, antes de estar ali, como se um punhal  lhe desferisse um golpe letal e que o dilacerasse todo, seu pai estava ali, definhando, e ele sabia por que, ele sabia que a vida que ele escolheu, e que ensinou aos filhos o levou à aquilo. Não viver sóbrio, com o melhor do bom, com tudo que a carne insana humana desejaria tudo que ele desfrutou e herdou. Mataram, destruíram, assassinaram, para que? Para ver seu pai morrer de tuberculose enquanto eles fogem da polícia como ratos. E fecham-se os olhos de Slovan, durma ali e aceite o, que o seu pai escolheu, futuro que você escolheu o futuro de ninguém.

Mais sentido estava Caspian, ele não se preocupou em tirar conclusões melancólicas sobre qualquer coisa, ele estava ali, agarrado ao seu pai, em seus últimos pensamentos. Como se nada mais existisse, além dele e do pai. Como se os segundos fossem horas e minutos eternidades.

Mas ao lado dele, com a mão em seu ombro, e a outra sobre a perna de seu pai, como ele gostava de fazer quando menino, cá estava Ulano, com seu pequeno óculos de leitura no rosto como sempre, sua mãe está morta e seu pai vai estar em segundos, assim ecoava em Ulano naquele momento. E assim ele fala o que sempre quis dizer ao velho, mesmo que ele não responde, mas sabe que ele está ouvindo. Nada mais importa, apenas aquele momento e o afeto por baixo das capas e gelo.

Mas ali, do outro lado da cama, estava Tolinsk. Ele com as mãos no rosto, sente um peso gigantesco sendo colocado sobre seus ombros à cada respiração mais fraca de seu pai. Ele mal podia mostrar seus olhos vermelhos e encharcados ao ar, para não ver seu pai naquele estado. Mas ao mesmo tempo que ele sofria com aquilo, seu ódio e sua raiva eram multiplicados. Por que o maldito governo, o maldito país, o maldito mundo, deixa um gênio daquele, que já viveu como rei, que já criou muitas coisas, assim como destruiu e incendiou ,morrer como um porco perdido na neve. Ele via a vida de seu pai ser ceifada diante dele, e ele nada pode fazer, contra a KGB e seus tanques que se puseram à caçar-los, afinal, eles eram terroristas, matadores e bandidos, não merecem compreensão nem piedade, as vezes, ele pensa em abandonar essa vida e ser pastor nos Urais. Mas seu ofício da morte o persegue de forma tão doentia quanto um câncer. Mas ele agora não volta mais. Sua alma está corrompida.

E seu pai pede que abram a janela para ele ver e sentir a brisa Russa novamente, pela última vez.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Um Toque Sutil

29 de Dezembro de 1989, Bar do Vladmir, Moscou

“Me dá mais uma dose aí Vlad!” Era o que dizia Dimitri enquanto se entupia de Vodka numa noitada no velho bar de sempre. Klaus ao lado dele não estava para festas, apenas bebia sua cerveja pausadamente enquanto via Dimitri bêbado cantando a garçonete. Dimitri pergunta novamente por que ele está tão desanimado e melancólico, ele respondia que estava doente, sempre. Ele têm ficado desse jeito ultimamente, principalmente depois do episódio do cemitério. Dimitri também ficou pensativo, mas ele é muito mais cabeça fresca que seu amigo. Que estava ali, dentro daquela sala abafada, bebendo cerveja barata, degustando carne seca duvidosa e de mal com a vida. E fica pensando: “Esse Dimitri não se preocupa com nada?” talvez sim, talvez não. Talvez se preocupe tanto que procura encher a cara para esquecer o que não pode ser esquecido. Klaus, em seus devaneios melancólicos relembra a cena das tripas e fatias humanas sendo arremessadas ao vento, o sangue, os corpos, ele ainda pode se lembrar nitidamente do rosto destruído de uma criança voando e com o olhar fixo nele, como se o acusasse horrendamente, ele se lembra daquele olhar frio, daqueles olhos azuis profundos e ensangüentados que quase parecem piscar.

Mas seus sonhos malditos são interrompidos pela sineta acima da porta do boteco, quando Klaus se vira um pouco para olhar quem havia chegado ele vê apenas a coronha de um revolver em seu rosto. Ele toma uma súbita pancada na cabeça. Quando acorda, desorientado, com a vista turva, está amarrado sentado em cima de uma cadeira, ainda dentro do bar, com as persianas fechadas, as luzes quase todas desligadas e com todos caídos no chão ,talvez mortos. Dentre os vários homens ali dentro, um lhe dirige a palavra:
“Olá senhor... Klaus”
“Que diabos são vocês?”
“Opa, opa, relaxe rapaz, vamos nos apresentar... eu me chamo Ian Bazinolovoska”
“Bazinolovoska! O chefões de moscou!”
“Sim”
“O que fizeram com o Dimitri, o que querem comigo?”
“Cala a boca aí camarada, seu amigo está vivo, não foi difícil derrubar-lo, agora ele está inconsciente, todos estão, mas se vão morrer ou não, isso depende de vocês”
“O que querem?”
Ian se senta agora, na cadeira frente à Klaus e fala:
“Bem, eu venho aqui representando a alta cúpula dos Bazinolovoska, as atividades dos Dragunov e principalmente as suas façanhas estão incomodando eles”
“Que? Mais é o meu trabalho!”
“Sabe Klaus, vou te dizer, sou bem novo como você, mas já tenho uma boa experiência nesse ramo, e te digo, não existe trabalho mais desgraçado e maldito que esse... então, você é bom, eu admito, vocês soldados dos Dragunov são todos uns grandes achados, mas eu pergunto à você, por que está nessa área?”
“Eu vivia em Petrogrado, minha família estava devendo pesado para um agiota perverso da cidade, daí Ulano apareceu e disse que iria acabar com esses problemas, salvas minha toda família e quitar as dívidas e qualquer ato vingativo contra ela se eu jurasse fidelidade à família Dragunov e trabalhasse para eles”
“Hum, louvável, mas você sabe que o custo é alto, você sabe qual o preço de sujar suas mãos e sabe que vai cada vez piorar”
“O que vocês querem com tudo isso?” – diz atordoado Klaus –
“Queremos acabar com o derramamento de sangue – Ian toma seu revolver e o aponta para a cabeça de Dimitri ali do lado desmaiado – e sabemos que você é a chave do poder letal dessa família, você e seu camarada aqui... então, estamos combinados?
“S-sim”
“Sei que não pode fazer nada contra a palavra dos irmãos Dragunov, mas tente não animar-los em qualquer plano sanguinário que possam ter... a, e à propósito, nunca tivemos essa conversa, combinado?”
“M-mas e os outros?”
“Providenciamos para que não se lembrem de nada antes das sete horas de hoje, e seu amigo bêbado nem precisamos aplicar nada... adeus Klaus, e saiba, não tente nenhuma gracinha, ou não será uma coronhada que verá na próxima vez”

Aquele esquadrão de gangsteres saem do local, entram todos num carro sem placa e desaparecem dali deixando apenas uma faca nas mãos amarradas para trás de Klaus, pessoas desacordadas no chão e uma fria brisa entrando pela porta aberta.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Onde a Vida Acaba

24 de Dezembro de 1989

“Devido à grande onda de assassinatos e atentados à vida pública dentro de nosso amado país por inescrupulosos arruaceiros e marginais em nossa capital. O Governo soviético decidiu liberar totalmente a conduta do ministro chefe da KGB da forma que for necessária para eliminar o crime organizado de Moscou”

Isso era o que declarava um orador numa sala de reunião do tráfico em algum prédio comercial em Moscou. Era uma loja, e em seu segundo e último andar abrigava as cabeças restantes da família Slovodan, e ali, sim, ali o fogo ardia nas entranhas do filho e sucessor do império decadente do falecido à bala chefe da família, deixando seu filho, berrando para um monte de mafiosos velhos e cansados numa mercearia qualquer em Moscou. Logo depois ele sai dali e entra num carro para o enterro de seu pai. Quando o carro dele sai dali e vira a esquina dois homens peculiares se aproximam da vitrine da loja. Eles estão bem empacotados, talvez pelo frio de -15°, eles parecem observar o lado de dentro, mas um deles parece mais estar de olho no reflexo do policial do outro lado da rua do que nos enlatados de segunda nas estantes do mercado. Quando o tal policial sai dali dobrando a rua e fora de vista um dos sujeitos tira algo do capote, com o outro na frente obstruindo a visão não se sabe o que ele faz com seja lá o que tirou do capote, apenas se ouve um pequeno ruído agudo depois que eles abrem a porta da loja e um deles falando baixo: “Vai logo com isso Dimitri!”.Os dois entram no estabelecimento com cautela, andam à passos leves nem percebendo o corpo e um poça de sangue oriunda de um belo furo na cabeça do mesmo. E eles caminham devagar pelo rangente assoalho brandindo uma bela pistola com silenciador tentando ouvir o falatório dos gangsteres no andar acima. “Vai logo aí que eu te cubro!” – um deles cochicha sacando a sua silenciada do capote igualmente e se virando para a porta – o outro cuidadosamente sobe a escada, de frente para a porta no segundo andar para entrar na sala onde estão os membros dos Slovodan ele deixa um pacote com cuidado, bem no chão. Depois disso cuidadosamente desce a escada para não ser percebido. O outro o espera, depois de reunidos no andar térreo, caminham naturalmente pela rua: “Quanto você marcou?” – um pergunta para o outro baixo também – “Dois minutos” – o outro responde meio preocupado – “Droga Dimitri!” – ele diz isso ironicamente já correndo seguido rapidamente pelo outro. Eles correm para um carro à cinqüenta metros dali e seguem na contra mão com pressa cantando os pneus.
Dentro da loja , os homens discutem: “Estamos literalmente quebrados! Não tem escapatória, e digo para que por nossa honra matemos de uma vez esses Dragunovs seja lá onde estejam antes que nos mate...” O prédio inteiro explode subitamente.

Meia Hora depois...

No cemitério, um aglomerado de pessoas vestidas de preto e com o espírito à caráter velam o corpo de Danilov Slovodan, o patriarca e chefe da organização e família Slovodan. Morto num atentado à sua vida que resultou em um trágico ‘acidente’ no aeroporto. Seus filhos, sua família, seus amigos, inimigos e companhia estavam ali. Uma grande camada de negro em contraste com a paisagem cinza da grama congelada mista com neve. Todos juntos, tentando se aquecer naquele frio terrível de inverno siberiano. Mas, entre os negros troncos dos pinheiros, do cinza obscurecido pela morte das lápides por todos os lados e o céu da tarde com uma forte luz opaca pelas nuvens pesadas pairando no ar, havia ali, aqueles dois homens de capote castanho rodeando o enterro escondidos pelas arvores e arbustos, se esgueiram esperando a hora certa de agir. Um deles coloca o cano de uma SVD para fora do arbusto cuidadosamente, deitado ali, o outro armado com um fuzil troca de posição e se deita ali perto atrás de um mausoléu. Eles fazem sinais um para o outro, e então o de rifle de precisão inicia o ‘conserto’, ele dispara um tiro certeiro na cabeça do primogênito dos Slovodan, depois rapidamente joga uma granada dentro da roda do enterro. Acontece um alvoroço terrível entre os presentes ali, mas nem perceberam a granada , das potentes, jogada entre eles, o problema dela é que ela leva mais tempo q o normal para detonar. Nessa fração de segundos os seguranças da família correm para o lado que veio o disparo, e aí que o outro, Klaus, entra em ação, ele agachado entre os túmulos pega os guardas pelas costas e depois atira em quem tenta escapar dali, nesse milésimo a granada detona criando uma cena de horror supremo de pessoas sendo destroçadas literalmente e espalhadas para todos os lados juntamente dos ferrões oriundos do explosivo à base de C4 e semelhante à um claymore. Klaus continua à atirar entre os restantes agonizantes e incapacitados pela explosão. Klaus se deita e troca o pente, Dimitri com a SVD checa o lugar para se assegurar que ninguém saia vivo dali. Alguns se arrastam entre os túmulos, mas encontram o outro mundo com um disparo rápido de Dimitri em cada um. Resta apenas um guarda que se acovardou e treme enquanto tenta colocar o pente na pistola, ele se levanta de trás da lápide tremendo e hesitante mas é encontra 10 subindo de sua barriga até sua testa da AK de Klaus.
Com tudo acabado, os dois abaixam as armas, olham o produto de sua façanha, o sangue, os mortos, crianças e mulheres ali. Tudo ali, e eles ali.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Fogo na Auto-Estrada

23 de Dezembro de 1989, Aeroporto de Moscou

As ferragens do belo jato blindado e particular ardem nas chamas, o carro negro e igualmente protegido de balas se direciona para fora daquele lugar, só mais alguns minutos, O Klaus faz a ligação de um telefone público ali do lado de fora do deserto aeroporto devido ao tempo. Quem atende é Slovan e Klaus já adianta:
“Serviço feito chefe!”
“Perfeito... os rapazes dos lubrificantes já foram?”
“Sim, o caminhão deles saiu assim que nós demos o sinal”
“Entendido, agora, atenção, recebi indícios de que a KGB meteu o nariz nisso aqui, essa linha não é segura! Vão para o lugar marcado o mais rápido possível!”
Nesse momento Klaus nem pode terminar de ouvir o aviso, ao longe ele tinha avistado os malditos oficiais do governo e correu para o carro mandando o motorista, que estava tranqüilo tomando um café, enfiar o pé no acelerador que o plano foi grampeado.
“Vai logo Bastian! Os malditos federais tão chegando porra!”
O motorista joga o café fora e com Klaus se jogando no carro e fechando a porta ainda ele põe o carro em movimento; Ele logo assume posição de fuga acelerando o máximo por uma via diferente da marcada para o retorno casual deles, mas aquilo era a KGB na cola deles, a solução seria despistar-los ou matar-los. Klaus pega no chão do bando de trás a Ak e abre a janela esquerda, ele coloca o mínimo do corpo possível, apenas os braços para segurar a arma aproveitando a visão que o vidro de trás do carro proporcionava para mirar nos carros dos agentes, que eram sedans aparentemente inofensivos, mas envenenados e poderosos.
O motorista não diz uma palavra enquanto Klaus berra e grita enquanto tenta acertar os carros de trás. Quando ele descarrega mais um pente faz uma pausa para recarregar, nesse tempo os federais atiram igualmente com rifles de assalto no carro deles. Mas ambos os carros ali pareciam ser blindados:
Hahahahah! Tentem seus malditos!” – dizia Klaus
Mas sua felicidade nem durou segundos quando os federais estavam dando tiros de ponto cinqüenta no carro deles, o tiro varou como papel o vidro fortemente blindado da traseira do carro, felizmente não acertou ninguém, mas estavam mirando para pegar o motorista quando Klaus grita:
“Abaixa a cabeça Bastian!!!”
“Que?” – Bastian não entende muito bem mas abaixa a cabeça à tempo milimetricamente antes do tiro ser disparado, furando o para brisas bem na frente dele:
Caralho! Que isso Klaus? Esses bastardos tão usando ponto cinqüenta?”
“Sim! E é um rifle com luneta, estou vendo daqui no carro da direita o maldito mirando aqui! Fica esperto aí que eu vou pegar esses desgraçados!”
Klaus abre o teto solar, tira a AK pra fora com a mão e atira atordoando o atirador que entra para dentro da segurança de seu carro, com esse tempo, antes que outro atirador dispare ele coloca a RPK para fora, apoiando ela toda no teto do carro e começa à descarregar chumbo nos carros de trás, os tiros todo ricocheteavam e pipocavam na lataria dos três carros.
“A é, quero ver se eles tem pneus blindados também!”
E ele faz o que ele já deveria ter feito, acabar com os pneus. Ele mira rapidamente e retalha os pneus do carro da frente, o mais próximo, esse derrapa sem controle no gelo e neve na perigosa pista, o carro quase atinge um que está nos fundos, mas seu motorista conseguiu desviar. Klaus começa à atirar nos pneus do outro, mas no mesmo momento aquele sedan rebaixa de uma vez fazendo com que o pára-choque blindado proteja, pelo menos frontalmente, os pneus acabando de novo com a felicidade de Klaus, ele passa para dentro e pede para o motorista ziguezaguear com o carro, o mesmo responde:
“Você é doido, já estamos nos arriscando demais correndo à essa velocidade nessa pista lisa e você quer que eu comece à dançar nessa desgraça de pista?”
Klaus responde e igual tom:
“Você prefere tentar ficar vivo ou tomar um tiro de ponto cinqüenta na nuca?”
Isso convence o motorista, que começa à fazer o que o atirador pediu, assim ficaria mais difícil para os atiradores acertarem tanto Klaus e o motorista com seus rifles anti-blindagem. Logo com o carro em movimento lateral, ele coloca a metralhadora para fora novamente e começa à atirar nos flanco atiradores que já estavam todos para fora tentando mirar no carro. Ele, disparando vários tiros por segundo perfura impiedosamente os atiradores dos outros dois carros que balançam com o tronco para fora dos carros em movimento, Klaus entra para dentro rapidamente, e pega o rifle de assalto:
Bastian! Quantos pentes agente trouxe mesmo?”
“A cara, vai tomar no cu!”
Klaus ri enquanto fica de tocaia para ver o próximo movimento dos carros, que aceleram bastante para ficar lado a lado do carro deles, do carro da frente sai um oficial com um fuzil, de uma vez Klaus tira todo o tronco para fora e o baleia com a AK com violência num movimento vertical de baixo pra cima, o oficial tem agora uma trilha de buracos jorrando sangue de sua cabeça até seu umbigo e é jogado para fora do carro com a violência dos tiros que nem os coletes puderam proteger.
“Morram malditos!”
Klaus ainda para fora do carro percebe que a aproximação do carro da direita vai permitir um ângulo dos pneus, que os pára-choques não vão poder proteger. Ele mira com a coronha no ombro esperando a visão dos pneus quando do carro da esquerda abrem a janela lateral atirando com pistola nele, ele dá uma rajada certeira de uma vez na janela que só se vê a arma de mão caindo para fora do carro, depois ele volta à mirar, quando os pneus do carro da direita estão à mostra ele aperta o gatilho, mas não sai nada.
“Ah Droga! As balas acabaram... - nisso ele passa um pano no rosto e murmura - ... maldito emprego"
Ele entra e se apressa para recarregar e não perder a chance de eliminar outro carro, e com o carro dele quase derrapando na pista perigosamente congelada e sem nenhum tráfego incrivelmente ele se levanta novamente no teto solar e fuzila o pneu esquerdo do carro da direita, se vira para a maldita lata velha comunista da esquerda que se aproxima paralelamente do carro dele e descarrega suas balas restantes nos pneus desse carro.
O carro da direita sai de controle e derrapa violentamente capotando sendo virado de cabeça pra baixo pelo gelo na pista e sai rolando para trás. O outro ainda obtém controle, Klaus apela e começa à disparar com a AK no vidro do carro deles enquanto grita, o vidro é destruído e nem se fala de quem estava nos bancos da frente. Esse carro sai da pista perdendo velocidade. Realizado e satisfeito de estar vivo e intocável Klaus se senta respirando fundo no banco de trás ao lado de seu arsenal, acende um cigarro e diz: “Mais desgraçados despachados pela Dragunov!”
O motorista ainda meio trêmulo e nervoso pela situação que havia passado, podendo ter derrapado e caído do barranco e morrido à mingua no frio, diz: "Nossa Klaus, porque diabos fazemos isso?" Klaus não fala nada , apenas tira a expessão diabólica do rosto.

domingo, 14 de setembro de 2008

Perigo sobre Asas

23 de Dezembro de 1989, Aeroporto de Moscou

Todas as outras famílias achavam que haviam eliminado mais um concorrente infeliz do tráfico, mas pouco eles sabiam o que lhe esperava, mesmo depois da morte de Vitali e a doença misteriosa do patriarca dos Dragunov os negócios não pararam, os 3 irmãos Ulano, Tolinsk e Slovan assumiram o controle de tudo com as próprias mãos, agora estavam totalmente agarrados e mergulhados no poço de sangue, frio e escuro do crime e suas mãos imundas como as do chefe do holocausto na Alemanha. E depois das previsões de um ataque repentino à suas instalações pelas outras famílias já estava claro para eles que os Dragunov eram realmente uma ameaça para eles, Slovan comenta um pouco antes da execução de um plano de contra ataque: “Esperem para ver malditos, nós nem começamos à aquecer”, eles iam contra atacar, poderiam ganhar muito com isso, mas não teriam um troco muito leve, isso com certeza.
E ali estava, o chefe da família Slovodan caminhando tranquilamente junto de seus guarda costas e outros membros da organização até seu jato particular na pista lisa pelo gelo e perigosa de um aeroporto na cidade. O patriarca está um pouco desprotegido devido à garantias de coberturas por parte das outras famílias, pois foram eles que supostamente arrancaram uma perna dos Dragunov, nos quais eles não esperam vingança, pois acham que desovaram seus líderes pro inferno no “golpe dos dedos voadores” de dias atrás. Então ele caminha tranqüilo até a escada para subir no avião. Mas ali naquela hora, mesmo que meio atrasados surge um automóvel que estava escondido dentro de um dos balcões do aeroporto, ele corre violentamente em alta aceleração direto até o grupo de pessoas perto do jato se preparando para subir à bordo. Um dos seguranças rapidamente toma em mãos seu impetuoso rifle automático de assalto e começa à descarregar junto das colts de seus colegas no carro preto que se aproxima, nele as balas ricocheteiam e rebatem rapidamente, então um dos guardas corre para alguns metros fora do rumo do carro se separando do grupo, o motorista gira o volante de uma vez e faz um “drifting” no gelo da pista e atropela o cara que saiu do rumo e passa em cima de mais três que não conseguiram escapar daquele grupinho. Restavam mais dois caídos no chão sendo que um deles rolou por cima do para brisa e outros mais longe correndo como doidos, o patriarca corre desesperado para dentro do Jato, o carro para perto do jato depois disso, o teto solar abre e um cara com uma Ak acaba com os caídos e armados que ainda tentam atirar, mas estão confusos e escorregando no gelo da pista, vacilam e são fuzilados, incluindo os que correm de medo. Até aí o chefão dos Slovodan já entrou e fechou a porta do jato que ele é esperto. Ele manda o piloto acelerar com aquela merda de avião e sair logo dali, mais isso seria bem perigoso sendo que a pista está escorregadia e aquele vôo só conseguiu ser agendado no aeroporto devido aos contatos do chefão, então, esse mesmo pega uma pistola, coloca na cabeça do piloto e manda ele andar logo com aquilo. Nisso do lado de fora o maluco do teto solar do carro pegou uma metralhadora, ele apóia o bi pé dela no teto do carro e já carregava a queridinha, ele logo já começa à descarregar chumbo no avião, que já começa à acelerar e vau subir logo já que é um avião pequeno. O atirador do teto solar fala pro motorista enquanto faz uma rápida pausa para a arma não super aquecer: “Desgraça! A merda do avião parece que tem blindagem militar!”. E devia ter mesmo, o engenhoso chefão mandou blindar a cabine com vidro à prova de balas já temendo um atentado semelhante, mas o atirador não desiste e continua atirando para acabar logo com aquele pente, quando ele termina o avião já se distanciou e ele diz: “Á, deixa isso, os rapazes já devem ter cuidado da pista”. E cuidaram mesmo, haviam derramado muita vaselina e outros lubrificantes na pista, pouco antes da área onde o avião levanta vôo para pegar-lo em alta velocidade. O Chefe, dentro do avião, rindo e contando vantagem: “Hahahaha, tentem me pegar idiotas, vão ver só o que vou fazer com vocês cavalos cretinos, Haahahaha!” logo em seguida o avião derrapa violentamente, o chefe é jogado contra o teto com força já que ele estava de pé, ele quebra o pescoço e em seguida o piloto também quando o avião vai parar fora da pista e explode pouco depois. Vendo o espetáculo, o sujeito no teto solar, Vacili, diz: “Bem, vamos Klaus, o serviço foi feito”

sábado, 13 de setembro de 2008

O Plano

21 de Dezembro de 1989, Zona Rural de Moscou

Era uma manhã valina que não refletia o sangue que jorrou e esvaiu de pessoas naquele dia, por aquela mesma rua donde aconteceu a explosão e o massacre, caminha um homem, tal para em frente aquilo e observa os escombros e os corpos com tamanho interesse por trás do bloqueio e costas da polícia, que espalhar seus peritos por ali para tentar desvendar o que havia acontecido ali. Segundo o que vazaram da polícia, encontraram muita gente dentro do prédio, mas não conseguiram identificar-las ainda, ou nem vão, o poder da bomba que foi jogada lá dentro não cobriu muito espaço mas tinha um tremenda carga que esfacelou o que havia de vivo lá dentro. Era terrível, o prédio se destruiu, era um cheiro de entulho misturado com o de carne carbonizada. Para se identificar, mesmo que pela arcada dentária, levariam meses para juntar todo o quebra cabeça. Alguns tiveram suas pernas ou dedos jogados dentro dos quintais vizinhos, o que causou um grande terror e polêmica por entre a população, alguns criaram lendas urbanas sobre isso que alguns lembram até hoje no submundo de Moscou.
Enquanto isso, uma mão acende o isqueiro e o leva até um singelo cigarro, o dono do tal fuma junto de alguns homens sentados em algumas caixas dentro de um vagão de trem aberto, eles ali, não dizem nada, apenas esperam o trem ir diminuindo a velocidade e parar. Nisso o cara que fuma, usando apenas um colete de couro para se proteger do frio enquanto neva forte do lado de fora, ele se aproxima, em pé, da beirada da porta grande do vagão que estranhamente está aberto deixando todo o ar frio entrar. O homem, ali de frente à neve jorrando do lado de fora com uma ventania congelante que parece aspirar todos os sentidos onde toca, ele respira fundo e se põe à olhar para o longe do horizonte cinza. O trem dês de já começa a parar, e quando ele entra na estação e fica bem devagar o sujeito já dá um passo pisando na madeira do piso da estação, esse homem, que é Tolinsk, já é abordado por outros homens no qual ele começa à perguntar e dar ordens:
“Então Klaus, alguma notícia do acontecido?”
“Sim chefe, eu fui pessoalmente lá, verifiquei o lugar, Slovan estava certo, eles iam implodir aquilo com certeza”
“Tivemos alguma baixa?”
“Não, eles atacaram no horário previsto, metralharam o pessoal do lado de fora e explodiram o QG com todo mundo dentro”
“Bom, estou esperando um telefonema do Caspian, qualquer coisa me mantenha informado”
Tolinsk entra no escritório dali, aquela seria um estação que pertencia ao falecido Ivan. Agora está sobre controle dos Dragunov para os . Klaus anda um pouco enquanto bebe um trago de vodka quando Dimitri que havia dormido por lá pergunta:

“Hei Klaus, o que aconteceu? Não estou a par das novidades, explique!”

“Olha, o caso é que de alguma forma o Slovan ficou sabendo ou não sei o que ele fez pra deduzir que seriamos atacados mais cedo ou mais tarde no QG Leste lá em Moscou, então ele disse teve a idéia de esvaziar o prédio de coisas realmente importantes e o encheu de mendigos, andarilhos, arquivos falsos e pagou alguns coitados inúteis para ficarem armados lá na frente, tudo isso pra fazer-los acreditar que nos tiraram da jogada destruindo toda nossa papelada e pessoal importante”

“Nossa, e eu nem fiquei sabendo, só mandaram eu sair de lá e vir pra cá”

“Sim, era para o mínimo de pessoas ficarem sabendo, mas agora que já foi feito temos que deixar o pessoal à par, mas temos a suspeita que tem um espião dentro da organização”

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Ataque a Leste

20 de Dezembro de 1989

O natal se aproxima, se existisse natal na Rússia, as ruas estariam cheias de pessoas saltitando felizes e sorridentes, crianças importunando seus pais para consumirem e consumirem desenfreadamente por puro capricho humano e no ‘fétido’ mundo capitalista. Mas estamos em pleno comunismo e o que está na rua numa hora dessas da noite depois do toque e recolher são apenas os jornais pulando pela rua levados pela pesada brisa da madrugada. E o tempo passa lento para uns homens de tocaia na frente do QG Dragunov no leste de Moscou. Aqueles homens tremem, não se sabe do que, será que do insuportável de -20° centígrados, da neve nos seus sapatos ou pelo fato de todo e qualquer líquido no corpo deles parecer estar à ponto de entrar em estado físico? Pouco importa, um deles sai de dentro do prédio com algumas canecas de café quente, aquilo era para tentar dar maior ânimo para aqueles sujeitos que guardavam a entrada do QG, que é bastante simples, um portão de ferro guarda a garagem do lugar , que naquele momento não demonstra estar sendo usada. Ao lado da garagem tem o prédio que tem dois andares, ali tem alguns quartos onde normalmente os ases dos Dragunov passam a noite, enquanto os soldados plantados do Aldo de fora garantiam a segurança agora saíram mais um bocado, era aproximadamente um dúzia ali fora, fizeram um roda, deixaram seus fuzis sossegados na bandoleira e começaram a conversar e fumar.
Já jazia um sentimento de alívio por parte dos coitados do lado de fora do prédio quando um som de pneus e motores ecoavam pela calada da noite. Antes que percebessem os faróis desligados de dois carros em alta velocidade se aproximando dali os dois automóveis derrapam e param de lado e instantaneamente saem tiros dali de dentro, usam AKs, RPKs* e submetralhadoras de ação rápida que vão destroçando aqueles homens que nem sequer conseguiram atirar. A maioria de costas ou distraída, os outros dois que estavam de olho na rua demoraram para perceber o perigo e quando decidiram atirar eles não sentiam mais o braço ou nem tinham mais braço devido á destruição que estava acontecendo ali. O projéteis lendários e temidos da Kalashnikova decepavam e rasgavam aqueles homens como um açougueiro poda a carne. Nem todos estavam recostados no muro, mas muitos foram arremessados contra ele e ali fuzilados brutalmente, as balas entravam e varavam as roupas e corpos transformando tudo aquilo num emaranhado de pedaços de carne de segunda ensangüentada, moída como tal e furada como peneira jogada aos cães em pleno início de madrugada. Rapidamente dois deles saem do carro, um deles chega na frente da porta de madeira do prédio e a metralha de fora à fora, depois dá um tiro na fechadura e recua um pouco. O outro já chega descendo a pisa na porta partindo ela ao meio, eles atiram nos caras dentro do prédio e jogam uma bomba lá dentro, correm e rapidamente entram no carro que canta os pneus novamente para sair dali logo, pela explosão e pela polícia que iria dar as caras ali em poucos minutos. Então, acontece a grande explosão destruindo todo aquele prédio espalhando papéis, madeira, entulho e seres vivos à brisa fria da Rússia enquanto os corpos e o muro destruído esfriam.

*RPK : Variação da Ak-47 com cano mais longo e bipé para fogo de apoio (Metralhadora leve)

Conspiração

19 de Dezembro de 1989, Leste de Moscou

Numa sala escura e fétida, alguns animais discutem, pela escuridão sombria do ódio. Eles não são seres humanos, nem animais, são demônios sanguessugas dos vícios humanos. São os miseráveis mais bastardos de Moscou, assim como os Dragunov, são mestres do crime, das drogas e do pecado. E estão injuriados pelo desempenho recente do que era á poucos anos mais um grupinho de militantes que extorquem com muita dificuldade, o subúrbio da capital por baixo do nariz dos comunistas. Mas eles que se enforquem, o governo não consegue nem mais alimentar seus próprios soldados quanto mais lutar contra bandidos no submundo da Russia.
“Bem Vasili, acho que já soltamos rédeas demais, esses Dragunovs estão crescendo rapidamente e com isso estamos perdendo terreno, mesmo nas áreas que menos estimamos na cidade”
“Sim senhor Slovodan, eles são uma pedra no sapato, soltam os rumores que a mercadoria de narcóticos deles é melhor que a nossa”
“Soube que foram eles que acabaram com os malditos chechenos, ninguém gostava daqueles vermes aqui, mas não esperava que acabassem tão rápido”
“E o incrível é que eles conseguem manter o controle das áreas mais difíceis de Moscou, mesmo eles sendo mais humildes em poderio”
“Não podemos afirmar isso, não sabemos o quanto o poder deles se estabeleceu, mas com uns contatos dentro da firma deles consegui alguns detalhes dos ases dos Dragunov... segundo minhas informações os chefes da família são diretamente os filhos de “Dragunov” , pelo que sabemos tem esse aqui, Ulano, este seria o segundo no comando depois do pai, o sub-chefe, depois seria Slovan o responsável pelas principais ligações na família, dentro da KGB, no partido comunista e em até na Interpool... logo depois vem Tolinsk, o cara das negociações da família, no caso ele fecha contratos e também cuida do departamento “executivo”, ele mesmo foi o responsável pela morte de Ivan, sabemos a existência de um quarto irmão, mas parece que ele não tem ligação nenhuma com os negócios da família, é o que parece, não tivemos informações dele dês do ano passado”
“Muito bom! Se você tem mesmo alguém infiltrado dentro dos negócios deles a execução desses malditos será mais fácil do que esperamos”
Todos começam á falar ao mesmo tempo, até que um deles, aparentemente mais velho cita algumas palavras:
“No jogo e na vida, o que parece ou é fácil acaba por ser difícil, não devemos subestimar-los senhores, eu digo como o chefe dos Bazinolovoska, eu estou nesse negócio imundo à décadas e aprendi que não devemos subestimar o governo, os estrangeiros e muito menos inimigos de nossa raça”
A discussão aumenta entre os chefes e capos:
“Foda-se velho! Vamos mandar metralharem o QG deles na parte leste da cidade, metralhamos todo mundo e implodimos aquilo em segundos”
Depois de mais delongas os senhores no recinto fecham um pacto contra a ascensão dos Drgaunov, mas o ancião chefe da velha família se retira depois da afronta e se recusa à trabalhar com aqueles tipos:
“Fiquem tranqüilos senhores, a família Slovodan vai cuidar deles, não vão ser uns calouros que vão me tirar desse negócio!”
“Então estamos combinados, como os Slovodan tem controle às proximidades do nosso ponto de ataque e acredito eu, poder de fogo para executar essa façanha pirotécnica e desesperada contra um inimigo que nem conhecemos direito, hehe, que seja”

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Alvos na Praça

15 de Dezembro de 1989, Praça Vermelha

A neve caía, e o gelo perfurava os pulmões como facas. Eram -11° , a morte assombra os que não se preparam. Assim sabia Tolinsk, não se sabe se ele realmente tem medo de algo, se tiver, não expressa de nenhuma forma. Ali estava ele, no local marcado, á frente dos oficiais da KGB, ele sabia que não poderia deixar nenhum deles vivo depois de ver o seu rosto, ao seu lado estava Vitali o conselheiro da família, grande amigo de seu pai, o Sr. Dragunov, vestindo um casaco pesado e negro, um chapéu coco e pequenos óculos redondos á frente de seu olhar sempre sonolento e estranhamente analítico, Dragunov dizia que seu olhar era mais penetrante que uma espada e ele estava ali, parado, com uma maleta na mão perto de Tolinsk que argumentava com os agentes do governo soviético que eles estavam ali á ordens de Nicola, ele sabia que aquilo não ia dar certo por muito tempo, mas isso era apenas para dar tempo para Dimitri acertar a cabeça de um deles (eram dois) e o outro seria parado por Tolinsk mesmo.
Dimitri estava deitado, dentro do porta-malas meio aberto de um carro á uns 200 metros dali, bem atrás de onde estão os agentes e com apenas o cano da SVD (Rifle Tático) para fora do carro. A mira do rifle está pronta para executar um dos oficiais, só resta Tolinsk dar o sinal para o tiro, ele deveria levar a mão até o queixo, nessa hora o tiro deveria ser feito sem demoras. Em meio a conversa ele dá o sinal ao atirador, Dimitri dispara acertando em cheio um deles, e já aponta seu rifle para o outro, o mesmo sendo semi-automático, ele poderia dar vários tiros com precisão antes de recarregar, Tolinsk pega uma pistola calibre 50 e aponta para o outro para rende-lo. Nesse momento um carro chega até ali derrapando em alta velocidade para pegar Tolinsk, Vitali e o refém, Klaus no volante. Depois da fuga executada, Dimitri pode deixar o rifle no porta malas e ir embora com o carro. Mas quando o agente levanta as mãos se rendendo se ouve outro disparo, e um segundo depois ele cai no chão com um tiro na testa.
“Que diabos é isso?”
Tolinsk não entende nada enquanto vê o corpo, achando que fora Dimitri que efetuou o disparo, mas lá no porta malas do carro o mesmo se assusta com o corpo no chão pensando que Tolinsk havia executado o homem. Mas revirando o corpo: “Perae, não pode ser o Dimitri, o tiro veio do outro lado, se não teria acertado á a nuca do miserável!”, ambos ficam alvoroçados, mas todos gelam quando outro disparo ecoa na praça vazia e Vitali cai por terra em sua morte instantânea.
“Maldição!!”
Ninguém estava entendendo desgraça nenhuma, a única coisa que Tolinsk sabia era que tinha que dar o fora dali antes que ele fosse o próximo á beijar o gelo. Ele coloca o corpo de Vitali de uma vez no banco de trás se joga no carro, manda Klaus pisar fundo e tirar eles daquele inferno. Dimitri vê que bateram e retirada e faz o favor de ir embora também. A polícia é alertada, por muito pouco entram no encalço deles, enquanto os motores roncam e explodem a polícia distrital fica confusa.

No composto da família, uma hora depois, estão todos de luto e nervosos com o que aconteceu. Os legistas da família já analisaram o corpo e descobriram que a bala que matou Vitali é de um rifle de precisão militar. Ou seja, além das suspeitas do que aconteceu já estava concluído. A KGB já suspeitava de que algo iria dar errado, então posicionaram um atirador ali para eliminar os agentes que caíssem em mãos mafiosas. No caso, o atirador aproveitou a oportunidade para abater um dos membros do crime organizado. Mas no fundo, Tolinsk escondia suas suspeitas da existência de um informante entre os Dragunov. Ulano depois de constatar o acontecido, de a KGB matar os agentes para evitar que vazassem informações: “Nossa, esses caras são frios não?”

Homens de Confiança

14 de Dezembro de 1989, 1:00 da Manhã

O Mustang entra no que parece o QG Oeste dos Dragunov, fortemente protegido, o prédio guarda informações e materiais inimagináveis á qualquer um de fora da família. O carro estaciona, todos os quatro homens saem, um dos guardas ao lado cumprimenta Slovan e ele responde retirando suas luvas, ambos entrando dentro da casa. Entram na sala, mal iluminada e abafada pelo cheiro forte de tabaco. Os quatro se sentam no sofá e são recebidos por Tolinsk.
“E então? Fizeram o serviço”
Slovan responde:
“Sim, não deu muito trabalho, o que ele disse bate com nossas suspeitas... é praça vermelha dia quinze, mas agora temos o horário e ninguém vai avisar o bastardos da KGB”
“Ótimo irmão, e vocês rapazes, não querem um trago de uísque?”
Dimitri responde sem demora:
“Sim, obrigado Sr.Tolinsk”
Depois de ambos servidos de copo na mão e sentados no sofá com o ambiente reservado Slovan toma a palavra á Dimitri e Klaus:
“Então rapazes, o meu pai, o Sr. Dragunov faz questão que eliminemos a força tarefa anti-crime organizado do governo , que acabemos de uma vez com esses cães que a KGB soltou no nosso pé – ele acende uma cigarro – já sabemos por fontes seguras e pela confirmação do nosso amigo Nicolai que os informantes deles estarão na praça vermelha ás 5 horas esperando por Nicolai, aí está nossa chance de matá-los ou captura-los... mas para isso vou precisar de ajuda, está sendo difícil encontrar bons comparsas onde se pode confiar, vocês viram o que aconteceu com os malditos que fizeram merda da última vez, então estou promovendo vocês á meus braços direitos daqui em diante, não deixarão de fazer o serviço sujo, assim como eu, e toda os Dragunov, mas estão sendo agora meus homens de confiaça”.Os dois concordam e ficam lisonjeados de serem promovidos dentro da família, o que não acontecia entre os Dragunov, onde até mesmo os filhos do Dom faziam parte ativa da máfia, a arte de confiar em ninguém era muito praticada por entre eles. Quem não tivesse laços familiares e estivesse á altura de um dos quatro filhos do Dom podia se considerar realizado naquele meio.
“Obrigado senhor Slovan ...”
“Sim, sem formalidades, mas agora precisamos conversar sobre o nosso plano de ação na praça vermelha, como é um local aberto e num horário diurno não podemos nos demorar, e nossos passos tem que ser bem trabalhados entenderam?”
“Sim senhor”
“O plano é para amanhã, então podem ir para casa que vamos ligar assim que agirmos”
Depois que os dois saem sem esconder a realização, Slovan diz á Tolinsk que estava recostado em pé no sofá. “Eu não disse á eles sobre os Slovodanm, então espero que estes durem mais que cinco meses”... Tolinsk responde: “Tomara” e apaga o cigarro no cinzeiro na mesa.