Olá =D

Este blog é uma obra literária livre, por enquanto. É um conjunto de contos e crônicas que englobam vários personagens e situações.
Literalmente é numa linguagem até que bem poética (alguns dos textos) outros de reflexão, mas a maioria é de pura e dura ação.

Essa obra foi inspirada nos velhos clássicos do cinema: The Godfather, Scarface e outras influências fora do gênero de crime organizado. Até porque, eu querendo ou não, sempre acabo por escrever coisas como praticamente roteiros mesmo.

Espero que a leitura seja agradável e desculpem pelos erros de gramática. Ainda estou tentando corrigir todos. Mas alguns são figuras de linguagem. 

LEIAM  os POSTS DE BAIXO PARA CIMA para seguir a linha de fatos e assim compreender o enredo. Mas se preferirem fazer uma rápida leitura solo. Fiquem à vontade.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Um Toque Sutil

29 de Dezembro de 1989, Bar do Vladmir, Moscou

“Me dá mais uma dose aí Vlad!” Era o que dizia Dimitri enquanto se entupia de Vodka numa noitada no velho bar de sempre. Klaus ao lado dele não estava para festas, apenas bebia sua cerveja pausadamente enquanto via Dimitri bêbado cantando a garçonete. Dimitri pergunta novamente por que ele está tão desanimado e melancólico, ele respondia que estava doente, sempre. Ele têm ficado desse jeito ultimamente, principalmente depois do episódio do cemitério. Dimitri também ficou pensativo, mas ele é muito mais cabeça fresca que seu amigo. Que estava ali, dentro daquela sala abafada, bebendo cerveja barata, degustando carne seca duvidosa e de mal com a vida. E fica pensando: “Esse Dimitri não se preocupa com nada?” talvez sim, talvez não. Talvez se preocupe tanto que procura encher a cara para esquecer o que não pode ser esquecido. Klaus, em seus devaneios melancólicos relembra a cena das tripas e fatias humanas sendo arremessadas ao vento, o sangue, os corpos, ele ainda pode se lembrar nitidamente do rosto destruído de uma criança voando e com o olhar fixo nele, como se o acusasse horrendamente, ele se lembra daquele olhar frio, daqueles olhos azuis profundos e ensangüentados que quase parecem piscar.

Mas seus sonhos malditos são interrompidos pela sineta acima da porta do boteco, quando Klaus se vira um pouco para olhar quem havia chegado ele vê apenas a coronha de um revolver em seu rosto. Ele toma uma súbita pancada na cabeça. Quando acorda, desorientado, com a vista turva, está amarrado sentado em cima de uma cadeira, ainda dentro do bar, com as persianas fechadas, as luzes quase todas desligadas e com todos caídos no chão ,talvez mortos. Dentre os vários homens ali dentro, um lhe dirige a palavra:
“Olá senhor... Klaus”
“Que diabos são vocês?”
“Opa, opa, relaxe rapaz, vamos nos apresentar... eu me chamo Ian Bazinolovoska”
“Bazinolovoska! O chefões de moscou!”
“Sim”
“O que fizeram com o Dimitri, o que querem comigo?”
“Cala a boca aí camarada, seu amigo está vivo, não foi difícil derrubar-lo, agora ele está inconsciente, todos estão, mas se vão morrer ou não, isso depende de vocês”
“O que querem?”
Ian se senta agora, na cadeira frente à Klaus e fala:
“Bem, eu venho aqui representando a alta cúpula dos Bazinolovoska, as atividades dos Dragunov e principalmente as suas façanhas estão incomodando eles”
“Que? Mais é o meu trabalho!”
“Sabe Klaus, vou te dizer, sou bem novo como você, mas já tenho uma boa experiência nesse ramo, e te digo, não existe trabalho mais desgraçado e maldito que esse... então, você é bom, eu admito, vocês soldados dos Dragunov são todos uns grandes achados, mas eu pergunto à você, por que está nessa área?”
“Eu vivia em Petrogrado, minha família estava devendo pesado para um agiota perverso da cidade, daí Ulano apareceu e disse que iria acabar com esses problemas, salvas minha toda família e quitar as dívidas e qualquer ato vingativo contra ela se eu jurasse fidelidade à família Dragunov e trabalhasse para eles”
“Hum, louvável, mas você sabe que o custo é alto, você sabe qual o preço de sujar suas mãos e sabe que vai cada vez piorar”
“O que vocês querem com tudo isso?” – diz atordoado Klaus –
“Queremos acabar com o derramamento de sangue – Ian toma seu revolver e o aponta para a cabeça de Dimitri ali do lado desmaiado – e sabemos que você é a chave do poder letal dessa família, você e seu camarada aqui... então, estamos combinados?
“S-sim”
“Sei que não pode fazer nada contra a palavra dos irmãos Dragunov, mas tente não animar-los em qualquer plano sanguinário que possam ter... a, e à propósito, nunca tivemos essa conversa, combinado?”
“M-mas e os outros?”
“Providenciamos para que não se lembrem de nada antes das sete horas de hoje, e seu amigo bêbado nem precisamos aplicar nada... adeus Klaus, e saiba, não tente nenhuma gracinha, ou não será uma coronhada que verá na próxima vez”

Aquele esquadrão de gangsteres saem do local, entram todos num carro sem placa e desaparecem dali deixando apenas uma faca nas mãos amarradas para trás de Klaus, pessoas desacordadas no chão e uma fria brisa entrando pela porta aberta.

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