Olá =D

Este blog é uma obra literária livre, por enquanto. É um conjunto de contos e crônicas que englobam vários personagens e situações.
Literalmente é numa linguagem até que bem poética (alguns dos textos) outros de reflexão, mas a maioria é de pura e dura ação.

Essa obra foi inspirada nos velhos clássicos do cinema: The Godfather, Scarface e outras influências fora do gênero de crime organizado. Até porque, eu querendo ou não, sempre acabo por escrever coisas como praticamente roteiros mesmo.

Espero que a leitura seja agradável e desculpem pelos erros de gramática. Ainda estou tentando corrigir todos. Mas alguns são figuras de linguagem. 

LEIAM  os POSTS DE BAIXO PARA CIMA para seguir a linha de fatos e assim compreender o enredo. Mas se preferirem fazer uma rápida leitura solo. Fiquem à vontade.

sábado, 6 de setembro de 2008

Sangue e Seda

Moscou, 10 de Fevereiro de 1988

“Finalmente voltei à Moscou irmão, me encontre na estação central da cidade as catorze horas”

O velho Ulano se prepara para buscar o irmão Caspian na estação. Depois de ler o telegrama, ainda eram treze e quarenta e dois da tarde, mas ele não queria se atrasar, ele se levanta da poltrona, toma um gole de café, deixa seu óculos de leitura na escrivaninha e veste o capote juntamente de seu chapéu. Verifica suas coisas dentro dos bolsos do casaco, como de costume, tudo onde deveria estar, logo depois ele sai vagarosamente do apartamento, fecha e tranca a porta, desce devagar a escada com aquele barulhinho do molho de chaves se debatendo dentro do bolso. Logo depois ele sai do que parece ser um discreto e barato hotel, ele anda pela calçada até o carro, no chão esturricado pela fina neve que cai. Ele entra no carro, mete a chave na ignição dentro daquele carro frio. A neve mesmo que pouca, suja todo o para brisas, Ulano se esforça para limpar isso esticando o braço para fora do carro.
Ele estava chegando na estação, mas avista seu irmão caminhando da calçada, talvez para antecipar sua busca. Caspian parecia suar, apesar de tremer de frio. O carro para, ele entra, se cumprimenta com o irmão, mas o assunto morre imediatamente, o clima dentro daquele carro estava mais gélido que o aço da lataria. Ambos sabiam por que aquela situação estava fria. Mas ninguém comentava nada. Eles se dirigiam para um hotel, onde estava hospedada a noiva de seu irmão, o casamento estava deixando o rapaz muito nervoso, ele realmente ama sua noiva. Aconteceu que dentro do carro ele percebe que Ulano carrega uma Ak por dentro de seu grande capote. Caspian perguntou por que aquilo numa simples viagem familiar. Ulano não hesitou em explicar que os tempos estavam difíceis, a pressão do governo estava deixando a família tensa, e nunca era ruim se prevenir. Caspian sabia que o motivo não era realmente aquele. Mas não quis causar problemas com seu irmão.
Estavam perto do hotel, Caspian tremia de frio, apesar de estar empacotado, com pouco mais de 3 casacos por baixo de seu capote. Eles chegam em pouco tempo, rápido demais. Ulano estaciona, ele ajeita seu chapéu e sai do carro. Ambos caminham com vapor exalando da árdua respiração. Entram naquele luxuoso hotel, sobem as escadas vagarosamente pisando naquele macio veludo do carpete verde. Eles chegam em frente da porta. Caspian “comenta que parece que ela não está” e vai destrancando a porta. Quando a abre encontra sua mulher com outro homem deitados na cama de casal.
Caspian, louco de amor e saudade como é, suspira baixo e deixa cair uma lágrima, mal pode gaguejar e abaixa a cabeça, Ulano vendo aquilo, não pensa duas vezes, mesmo ouvindo a mulher pedindo perdão ao marido, mas Ulano sabe que Caspian esta todo desiludido, nem se mexe ou expressa nenhuma outra emoção além de uma extrema tristeza fria dando as costas para a mulher aflita. Esse ato foi como um decreto de rejeição á sua bela moça no qual iria se casar, Ulano sabia disso, puxa o fuzil da capa, mesmo ouvindo os berros por clemência de Anita ele dispara contra a cama. Os dois condenados mal puderam se levantar direito do leito e já jazia o chumbo em chamas que perfurava suas entranhas e corações. Suas peles eram retalhadas como papel e o sangue escorria pela cama. Eles podiam sentir o metal destruindo em cadeia seus corpos imundos com o passar das rajadas de cima para baixo e da esquerda pra direita que Ulano fazia.
Depois das 50 balas de seu pente descarregadas, Caspian já saíra do quarto deixando de lado, os belos olhos e a pele de seda de Anita furada pela traição e seu amante canalha morto na cama. Que pena diz Ulano, Caspian pergunta “pelo que?”. “Pela boa cama estragada” diz Ele.

Um comentário:

Leafarneo disse...

bem roteiro mesmo, você é muito detalhista, \:D/.
Gostei do "humor" da conversa final.