Olá =D

Este blog é uma obra literária livre, por enquanto. É um conjunto de contos e crônicas que englobam vários personagens e situações.
Literalmente é numa linguagem até que bem poética (alguns dos textos) outros de reflexão, mas a maioria é de pura e dura ação.

Essa obra foi inspirada nos velhos clássicos do cinema: The Godfather, Scarface e outras influências fora do gênero de crime organizado. Até porque, eu querendo ou não, sempre acabo por escrever coisas como praticamente roteiros mesmo.

Espero que a leitura seja agradável e desculpem pelos erros de gramática. Ainda estou tentando corrigir todos. Mas alguns são figuras de linguagem. 

LEIAM  os POSTS DE BAIXO PARA CIMA para seguir a linha de fatos e assim compreender o enredo. Mas se preferirem fazer uma rápida leitura solo. Fiquem à vontade.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Finais Alternativos

Ainda não bolei totalmente os finais alternativos. Mas a idéia de deixar um final meio que sem sal faz parte do esquema literário aqui.

Como se fossem flash backs, o leitor pode voltar a partir de uma parte deste texto final (que eu certamente irei melhorar) e decidir as possibilidades. E a partir destas, pular para o texto correspondente à aquela situação. Por exemplo, e se Tolinsk tivesse simplesmente matado o velho? Ou se não tivesse acreditado no velho? E se aquilo tudo é mentira? Tudo vai funcionar em possibilidades em letras A B C ou até D. Que vão se ramificar talvez.

Aguardem e verão.

sábado, 16 de maio de 2009

Na Catedral

Um dia qualquer, de um eterno inverno

"Eu sou Vredeniko Bazinovoloska, o pai e avô daqueles que você assasssinou dias atrás. Sou o último da maldita família que vocês decidiram aniquilar, e quero me reunir com vocês na velha Catedral de São Basil aqui em Moscou, nada de emboscadas, quero apenas lhe contar a verdade"

Ali está Tolsink junto de Dimitri e Klaus, com as armas empunhadas caminhando decididamente pela congelante praça e rumo ao local marcado. A Catedral de São Basil, que havia sido lacrada pelo regime comunista. Que proibia qualquer tipo de religião. A religião deles passou a ser a dos homens, a religião do poder, a religião da carne. E por esta mesma religião muitos caíram e todos caírão.

Eles se prostam ante a grande porta do lugar, um chute para desemperrar e já estão os três lá dentro. Todos fortemente armados, com rifles de assalto, e Tolinsk como era de se esperar, levando consigo a arma símbolo de sua campanha de sangue, a Thompsom de seu pai. E caminham com cautela, quase desabando ao olhar para o alto e deslumbrante teto do templo. Dimitri virando os olhos com o interior do prédio e Klaus virando a cabeça procurando qualquer coisa que se mexa além dos pombos e morcegos dali.

De uma vez vários homens se levantam de suas tocaias e abrem fogo contra estavam escondidos nos inúmeros bancos de madeira maçiça do lugar. Estes sujeitos eram no total de uns sete e estavam descendo bala. Dimitri se joga para se proteger entre os bancos, Klaus se vira, acerta um, gira metralhando outro e toma uma rajada de balas no peito. Ele tomba e se arrasta para se proteger enquanto ufava e tossia sobre a cobertura de fogo de seu colega. E Tolinsk, bem, ele sumiu assim que os tais homens surgiram.

Os estranhos, japoneses, empunhando suas escopetas e metralhadoras avançam sobre os dois guardas atirando. Klaus, caído e baleado, chama a atenção de Dimitri, que está ali do lado, agachado sob fogo cruzado. Klaus fala algo para Dimitri, e ele ouviu mesmo pelos estrondos dos tiros que ecoam e ricocheteiam pelo gigantesco salão da catedral. Ele nunca esqueceu o que Klaus disse com lágrimas nos olhos e sangue escorrendo pela boca, prestes à se encontrar com seu fim no vale da morte: "Saia deste mundo... meu amigo". Isso que ele disse antes de tomar um estouro de escopeta.

Dimitri então se levanta dali, abre fogo nas costas miúdas do japonês, que geme a cada bala que destroi sua coluna lançando estilhaços de sua carne pelo ar. Dimitri se vira para o outro japa logo ali. O japa dispara com a espoceta mas nada acerta Dimitri, era muito longe. Então o rapaz se agacha sobre o banco, apoiando o rifle sobre o mesmo. E em seguida a AK em sua mão vomita a destruição e o caos em forma de chumbo, que viaja mais rápido do que os olhos podem ver, mas o que resta desta destruição e ódio. Os olhos sim, podem ver. O que resta de seus amigos destroçados pelas impiedosas armas do homem. Sim, o homem pode ver.

E Dimitri corre como nunca tinha corrido na vida, corre para fora, corre para a luz da saída. Corre para o frescor da primavera russa que iria de chegar em pouco tempo. Corre, simplesmente arranca de suas pernas toda a energia que elas podem oferecer. E ele corre, mas o passado dele não vai permitir isso, a máfia não vai deixá-lo sair dali, não vivo pelo menos. Quando o rapaz chega no portal coberto de madeira da igreja e salta para fora, um japonês ergue uma colt 1911 e dispara de dentro da catedral. Dimitri cai na neve, como um pobre coelho, quando é pego pelo seu caçador.

O japonês e seus dois colegas gargalham alto. Quando o que porta a 9 milímetros sente algo gelado tocando sua bochecha, ele se vira e é um cintilante cano de kalashinikov. Ele olha a kalash, a kalash olha para ele, rola um incrível momento onde o coitado do japonês chamou por sua mãe antes de Tolinsk sair do escuro e dar um berro apertando o gatilho:

"MORRAA SEU DESGRAÇADO FILHO DE UMA VADIA!!"

E Tolinsk descarrega no crânio do cara, destruindo instântaneamente tudo, mas ele não percebeu isso, ele já virava a arma e numa rajada só acertou a cabeça do outro e as costas do terceiro japonês. O terceiro que ainda estava vivo, Tolinsk fez questão de trocar o pente, enfiar o cano do ânus do cara, e dar dois tiros que reviraram os olhos do coitado que logo depois para de xingar e suspira.

Tolinsk suspira depois de sua crize de ódio. Ao lado dele está uma espécie de ícone ou mozaico, ele não parou para ver a beleza de pedras encrustadas que havia ao lado dele na parede. Ele apenas respirou fundo jorrando vapor pela boca à cada vez que fazia isto.

Aparece um senhor idoso ao lado dele, caminhando tímido e insole. Tolinsk olha, e de impulso dá uma rajada nas pernas do cara. Que apenas cai para trás ensaguentado, nem geme de dor. Então Tolinsk diz:

"Quem é você velho?"

"Eu Vredeniko, o último Bazinovoloska"

"A é? Então aproveita que você está aí e me diz a 'verdade' que você queria me dizer!"

O velho tosse e diz:

"É tudo coisa dos japas..."

"O que?"

"Sim, foi tudo coisa da Yakuza...
No início, um franco atirador matou o homem de confiança de seu pai...
Ele não era da KGB, ele era um mercenário contratado pelo japoneses, sob nosso conhecimento, para sabotar os negócios de vocês"

....

O velho continua:

"Mais tarde, os Slovodan e os Karlpeyja formaram um complô para destruí-los, mas isto era caso isolado. Os chefes de suas famílias não estavam à par da interferência estrangeira, eles apenas queriam limpar vocês dali, por que sua família estava literalmente acabando com o mercado local de narcóticos e armas..."

"Mas por que a Yakuza queria tanto nos destruir? E por que você e sua família permitiram uma desgraça desta?"

"Os japoneses já sabiam das ligações de vocês, e temiam perder seus negócios na América do Norte, pois já sabiam que vocês estavam com as chaves das línhas férreas na mão...
...Os Bazinos não fizeram nada, acharam melhor apenas tentar apaziguar ou intimidar as ações inerentes de vocês"

Tolinsk agarra o velho pela gola e diz:

"Afinal! Quem foi o culpado pela morte de meu pai?!!"

O velho tosse de novo e diz:

"Foi você... o seus atentados fizeram os Karlpeyja e os Slovodan que restavam comprar toda a polícia, por medo de vocês os matarem, e isso que fizeram depois que seu pai faleceu."

"Não!"

"E foi também sua culpa a morte de seus irmãos..."

"O que?"
Tolinsk congela definitivamente.

"... Seus irmãos estão mortos neste momento meu caro... um deles, o do meio, estava vindo de carro para cá, os japoneses iriam esperar ele na ponte... não sei se usariam minas ou um lança foguetes, mas de fato ele está morto... a sim, o mais velho, estava no escritório secreto dele, não mais está lá, eu te garanto... os japoneses não perdoam, isso eu te garanto."

Tolinsk está em choque profundo, ele apenas olha para algo além do que pdoe ser visto, sua pele, mais pálida do que já é, se estria de uma vez enquanto parece formar uma lágrima em seus olhos, e ela sofre tanto para se formar que parece ser a primeira, depois de muito tempo. Então ele diz:

"E o Caspian?"

"... o Caspian? Aquele mais novo com nome de personagem literário? Este deve estar enfeitando o fundo de algum lago congelado á esta hora"

"É MENTIRA!!"

Tolinsk quer, mas não consegue levantar a arma para matar mais uma pessoa. Ele quer, mas não consegue. Ele tenta mas não dá. Então ele olha para o velho, que se recosta no mozaico na parede, vê os corpos e o sangue no chão e o velho diz:

"O fogo não pode queimar o passado... meu jovem... nada pode"

Neste momento surgem mais japoneses de trás da parede. Cerca de cinco.
Então Tolinsk caminha para a saída da igreja, ele vê a fina e lisa neve caindo do lado de fora. Ele caminha para fora. Ele chega até o portal, hesita, olha para trás, vê os gansgters da Yakuza correndo em sua direção, ele tem a kalashinikov na mão, é só atirar. Mas ele não atira, ele solta a arma. E se vira de costas para os japoneses, como uma estátua curvada na frente dos portões da igreja. Os japoneses imediatamente carregam suas armas e desferem todo o metal que existe em seus pentes e cargas. Tolinsk voa pelo com a força que um cano serrado à queima roupa dispara. Ele flutua no ar junto à neve esquichando e espalhando sangue por frações de segundo. Quando ele cai , inerte, sob a calçada na entrada da igreja, da catedral. Ele vai morrer ali mesmo, tomando seu último sol, e verdadeiro sol, da primavera russa. Mas não há nenhum corpo ao lado do dele, o jovem coelho que havia morrido ali, saiu. Mas talvez ele nunca tenha morrido. Apenas, blefado.

"E o único calor que eu sentia, era o da minha arma desgraçada."

sábado, 9 de maio de 2009

Prato Frio

As chaminés cospem fumaça e enxofre,

Os rostos cheios de fuligem ardem de desespero,

Seus corpos não podem mais agüentar,

Suas mentes não podem mais ver,

 

No complexo mentor dos mestres das armas,

Nada mais respira,

Nada mais sente,

Nada foi perodado,

 

...

 

Vou lhes contar o que aconteceu ali,

Um homem, dois demônios,

uma família, duas feridas,

Nenhuma compaixão,

Nenhuma humanidade,

As suturas se abrem,

As armas se aquecem,

Um rosto, com duas almas

Brande o pesado fardo do julgamento,

Reluz em seus olhos a justiça,

Queima em seus olhos a vingança

 

...   ...

 

Isso,

Enquanto os Bazino se recolhiam em luto e remorso, e seus capangas se animavam à cada gole de vodca, à cada carta na mesa. Mas não à cada bala que arrancou sangue de um, o qual caiu sobre o baralho, cuspindo sangue na vista de seus colegas, e seguido pelos outros que antes mesmo de se levantarem e arrancarem as armas dos coldres, já estavam caídos e cheios de furos e gelo nas entranhas. O estrondo alarmou os outros que estavam dentro da casa, um deles, perdeu a cabeça quando a colocou para checar, e em segundos um coquetel molotov já explodia dentro da casa. E em momentos, tudo que se mexia dentro da casa foi banalmente carbonizado ou fuzilado depois. E mais tarde quase todos os Bazinovoloska já estavam dentro da caldeira da usina de carvão ali do outro lado da rua.

 

E em segundos o que era um ser humano,

virou fuligem, virou pó

Enquanto isso, Tolinsk e seus irmãos observavam a casa de seus inimigos em chamas,

Ambos esperando, o que não pode se esperar.

 

As chaminés cospem fumaça e detritos humanos,

Os rostos cheios de fuligem ardem de desespero,

Seus corpos não agüentam mais,

Suas mentes não existem,

Não mais.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

No Baralho

O vapor levanta das grandes máquinas de ferro à serviço do mal.
No trilho lá fora; mas lá dentro isso não existe, pouco importa. É um olho na sua mão, e o outro na mão do adversário. Surge uma gotícula de suor no rosto dele, você fala:

"Você tem uma dama aí?"
O outro dá um gole na branca, limpa a garganta e responde quase tossindo:
"Não, e você? Hahaha!"
Você abaixa a cabeça, ri um pouco e grita pros caras da cozinha:
"Trás alguma coisa aqui pro Klaus! O coitado tá c'um porre desgraçado! 
Klaus responde bem cômico:
"Rsrs, fica quieto Dimitri! Café nenhum no mundo me tira esse prazerrhhh de estár com você, aqui e agora bebe'nu essa "aguinha" jogando baralho contiguh!"
Dimitri não aguenta e começa à gargalhar. E com ele o pessoal da cozinha. Diziam: "Esse Klaus não existe! Hahaha!"
Aí que Dimitri fala pro bêbado: "Quem disse que íamos trazer café!"
Klaus mesmo alterado, leu na cara do rapaz o que era que eles iam trazer.
Dimitri enfia a mão dentro do casaco com carinho, tira a chave da porta e abre ela para duas ninfetas galegas cheias de experiência.
Klaus faz uma cara impagável, ele abre os olhos com uma felicidade... E ja vai falando: "Quando for pra trazer ESSE tipo de café, avisa para eu te dar... (faz que vai dar um peteleco) ...Um barril de vodka, poruqe agente vai cair na gandaia pessoal!
E se eu fosse descrever o que aconteceu depois, minha mãe viria lá de São Petesburgo pra me dá uns tapas.

domingo, 3 de maio de 2009

O Fim está Próximo

Enfim o enredo está na sua reta final.

Estou arquitetando o melhor fim para esta obra.
Sabe como é, várias idéias, mas só uma vaga. Até pensei em adotar um esquema de "Você decide". Ou de finais alternativos. 
Pra um livro, do jeito que estou pensando. É bastante revolucionário, pelo menos para mim. Nunca vi algo parecido.

Vou adotar esse sistema.
Vou fazer um texto final, que dará ao leitor a opção de escolher o seu final. Decidir que ação o protagonista vai tomar, e logo em seguida essa opção levará à mais uma escolha, depois disso tem o final alternativo. É muito insteressante isso. Muitas vezes, acontece em tramas desse tipo, de o final não cumprir as espectativas do leitor. Então vou dar vários, para que pelo menos um deles agrade. E se não agradar, o leitor pode ir lendo os outros finais e escolher o seu. Seria um livro interativo. Pode ser que isso estrague a "magia da literatura" ou o padrão das coisas. Mas nunca gostei de seguir padrões mesmo. 

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Açoite do Leste

2 de Maio de 1992, Leningrado

Ele arde enquanto seu sapato pisa no pátio molhado que tudo reflete. Tal qual, reflete a ardência, o dinheiro, almas não perdoadas. E como um açoite, ele retorna ao seu dever, a sua incansável busca. Por algo.

 

À seu redor só existe fogo, morte e destruição. Tudo desmantelando, enquanto ele, parado perigosamente perto das labaredas de fogo que pulam de dentro dos carros que ele mesmo explodiu. Ele observa sua obra, portando a blindagem de uma alma congelada.

 

Ele ergue seu lança foguetes, e se vira para seu assistente que vem abismado lhe por à par.

 

– Chefe, seu irmão está estado grave. Mas os médicos dizem que ele vai sobreviver.

– Vocês não podiam usar o telégrafo ao menos uma vez?

– Desculpe senhor Tolinsk; Mas Slovan ordenou que parássemos com o telégrafo ou rádio, pois tem alto risco de grampo.

 

E havia mesmo, mas Tolinsk não concordava com isso, ele odiava se esconder, mas agora eles não se escondiam mais do governo, se escondiam de outros dezenas de grupos criminosos que acabavam de nascer do exército de militares colocados na rua por falta de recursos. Mas isso certamente fortaleceu os Dragunov. E por isso mesmo agora eles vão dar o troco; e segundo Tolinsk, com juros que nem judeu ousaria cobrar.

 

Detalhe para o ódio aparentemente inexplicável dele por judeus, não, talvez neo-nazismo, mas o motivo mais aceito entre os cochichos de seus homens é que um agiota judeu teria emprestado dinheiro à seu pai quando ele foi tentar a sorte em Moscou, seu pai não tinha como pagar, então o agiota não levou algo de sua casa, não lhe cortou um dedo ou lhe entregou à polícia como pagamento. O judeu quis sua mãe, e executou a cobrança sem a ciência de seu pai que segundo um poeta teria sua alma destroçada quando encontrou sua mulher estuprada e esquartejada. Depois disso, ele comprou uma arma, a mesma submetralhadora Thompson 1921 que Tolinsk usou para o vingar depois. Com aquela arma, anos mais tarde, ele usou para destruir o intestino do judeu pelo ânus, depois de fazer não se sabe o que com o coitado. Enfim, seu pai escolheu depois disso, levar a vida subversiva do crime. Que seus filhos seguiram.

 

Mas agora Tolinsk vai fazer segundo ele, o último julgamento.

Esse último ato, foi o estopim para o retorno da guerra da máfia vermelha. E os velhos Bazinolovoska vão pagar.

Pelo que? Está dito.

Antes da destruição que Tolinsk apreciava “surgir”. Houve uma pequena conversa. Aquilo que queimava era o carro de um dos filhos, e chefes dos “Bazinos”. Um informante infiltrado dentro das operações deles indicou o dia e a hora em que o carro passaria por ali, e também indicou coisas interessantes e libertadoras sobre o que aconteceu em 1989. Coisa que Tolinsk queria ouvir da boca de um deles.

 

A verdade é, segundo um infiltrado, que os Karpeyja e os Slovodan sim se juntaram para acabar com os Dragunov, e quase conseguiram. Mas foram os Bazinovoloska que compraram a polícia como mercenários e destruíram todo o negócio dos Dragunov. O que levou à morte de seu pai. Não foram os Karpeyja como deduziram ele e seus irmãos. Foi tudo os Bazinos, inclusive, segundo o informante, os homens que tentaram matar Caspian sob fachada de uma reunião amigável não eram da Yakuza. Eram japoneses contratados para se passar de membros da máfia nipônica.

 

Tolinsk fez aquele filho dos Bazino falar quase tudo isso, mas quando o infeliz começou à negar e gaguejar denovo ele não teve paciência. Fez questão de enfiar ele no carro junto de sua família e os corpos de seus guarda costas e explodir tudo com uma RPG (lançador de foguetes soviético).

Ele vai continuar,

E agora nada o impede de retomar o controle.

quinta-feira, 30 de abril de 2009

Batismo de Aço

17 de Agosto de 1991, Setor Industrial de Vladivostok

 

E ele caminha,

Pelos altos prédios sujos e empoeirados ele vem

E as nuvens de limalha ele cruza

A industria urra, as máquinas gemem e rangem

Os homens suam com o frio

Seus pés se enegrecem com a gangrena dos tempos

Que ainda a piorar

Ou não

 

Caspian chega até a linha do trem, que cruza por dentro da cidade e por dentro dos complexos industriais, que aliás faziam tanto barulho que nem se podia ouvir o trem, não havia cancelas no cruzamento. Mas o rapaz como foi treinado para guerrilha dentro da taiga rente à linha ferroviária, sabia quando um trem vinha ou não. Aquela parte da cidade tem grande trânsito de locomotivas, e logo quando ele chega, já se abaixa e toca as barras de ferro da linha. Para verificar se estavam vibrando. Depois disso ele dá meia volta, enfia as mãos dentro dos bolsos e aguarda o desconhecido.

 

E ali espera tranqüilamente, com os jornais correndo e girando no asfalto.

Com a pesada poeira do ferro e carbono no ar.

Ali espera o sujeito q foi registrado como filho do próprio tio. Decisão de seu pai, visto que queria dar a chance de pelo menos um de seus filhos seguir uma vida normal, sem qualquer vínculo oficial com ele, seus irmãos e suas fichas encharcadas de sangue e furadas pelos estiletes dos nervosos delegados da KGB.

Ali estava,

Sozinho? Quem sabe

Esperando o que? Nem Deus sabe

Mas ele espera. Ele remeche as mãos dentro do capote, ele levanta a gola e respira vapor.

 

Naquele segundo, naquele momento. Ele sente; Atrás dele, logo no final do alto corredor de desembarque, por trás das vigas de madeira. O som de uma AK engatilhando.

Seu coração bate três vezes, antes dele se mexer, antes disso um homem sai de dentro do prédio com o fuzil.

Ele encara o cano, o cano o encara, e o rosto amarelo e contorcido daquele japonês desgraçado nem é de se comentar. Nem que o tal parece ter gritado “Banzai!” antes de abrir fogo. Eram cinco metros, trinta balas, um pente, um japonês e um coração.

E estoura a madeira nesse ponto. O japa, bem vestido com um sobretudo negro e um cachecol combinando abre fogo no peito de Caspian, que dá uns passos para trás e cai do barranco de cargas; Para ele, o segundo entre o escorregão e o impacto na fofa neve duraram horas.

E ele cai; e ele cai.

 

E um estrondo parecido com o do fuzil de assalto soa quase q nulo perto do som das fábricas. Um tiro, um japa com um olho à menos, dois corpos no chão e um metro de esguicho de cérebro atrás do amarelo.

 

Mas o feno não acaba agora, mais quatro japoneses aparecem do outro lado da rua, no melhor estilo “Yakuza”, com direito ao irreverente óculos redondo. E esse povo caminha com violência rumo à Caspian, que não se deu pro vencido, ele se arrasta no sentido da rua, está quase passando por cima dos trilhos. Os japas chegam perto, eis que mais um deles cai por terra em um banho sangue na garganta depois de mais um lindo eco de fuzil, os outros se assustam com isso; Um deles se abaixa atrás de algumas caixas e o outro caminha rumo à vítima que engatinha. Nesse ponto Caspian já está do outro lado dos trilhos, o Japonês para antes de atravessar os trilhos, faz um sorriso maroto bem desgraçado enquanto ergue e engatilha sua arma, os outros dois ficam atrás deles fazendo pose. O outro de tocaia acha que eles são loucos, afinal, tem um atirador escondido derrubando todos eles. Mas ele não importam, parecem ter tanto orgasmo em encarar o coitado que engatinha para não morrer que não percebem o trem em alta velocidade descendo os trilhos. Até por que tava barulhento demais ali para ouvir. Os gangsters do sol nascente caminham para cima do tilho querendo dar um belo tiro na testa pra botar no currículo. Quando os três estão em cima da linha, um deles segura o peito de Caspian e o ergue, aí que a feroz locomotiva passa com violência e cepa tudo que está na frente. Em frações de segundo Caspian cai no chão ao lado do trem que passa com um antebraço japonês preso à gola de seu colete à prova de balas. 

Foi tocante, foi feio, foi...  desolador. O Resultado da Guerra; Um braço japonês; Três homens batizados pelo Aço. Levados, limpos, purificados; atropelados. E mais númerologia das coisas.

Mas o trem levou.

 O outro que esperava do outro lado, gela com a visão de ver 3 homens sendo arrebatados daquele jeito. Quando ele se vira, Klaus o agarra e o degola com amor.

Depois disso Slovan aparece, pergunta algo sobre onde foi mesmo que o Dimitri se escondeu com a SVD (rifle de precisão) e reclamava da sujeira que ele fez. Ele se abaixa, pega o óculos de um dos amarelos e reclama denovo que tinha avisado pra ele não acertar perto dos olhos por que ele queria mais de um daqueles óculos estilosos. Enquanto Klaus corria para socorrer Caspian que mesmo protegido sofreu com o impacto destruidor da Kalashnnikov.

Foi o que ele disse. 

"E a Yakuza apodrece!"

Mas o que aconteceu ali, uma contra emboscada, certamente vai custar caro. Assim está escrito; com sangue.

terça-feira, 28 de abril de 2009

O Esquema

Bem,
Eu já te disse basicamente como funciona o poder dentro da organização. Mas agora te digo como funciona o esquema, em mais detalhes.

Caspian como você sabe foi tenente do Exército Soviético, se aposentou devido à uma "lesão" no joelho durante seu serviço na Checoslováquia, daí ele ficou manco. Mas o que importa é que ele tem muitos contatos dentro dos altos escalões à venda dentro do exército. Sem falar dos que o devem favores. Daí ele consegue facilmente contrabandear armas direto dos armazéns militares. Coisa que ficaria empilhada presa por burocracia ou desuso do governo. 

Depois com as armas, ele as embarca em rotas ferroviárias de fachada, colocam como expresso de suprimentos militares, essas armas saem de diversos pontos do oeste central russo para o leste na gigantesca malha ferroviária da URSS. Depois essas armas são desembarcadas em Estações sob comando direto da família, estações clandestinas que repassam o material da linha oficial para linhas secretas, linhas criadas pelo governo sob total sigilo construídas para não serem localizadas, a maioria delas passa dentro de densas florestas da inesxplorada taiga do norte e leste, e graças às ligações de Caspian, os Dragunov tem acesso VIP a elas, já que o governo não as utiliza à anos. Depois disso as armas vão, ou para portos secretos no norte ártico para viajarem para a Europa e América, ou vão para a China e India. As vezes vão até mesmo para a mão dos camponeses que podem pagar ou para juntas rebeldes de esquerda (esquerda num páis de esquerda?). 

Enfim,
O que importa é faturar, então essas armas, e as bebidas destiladas no leste russo também. São todos negociados. A parte de vendas pequenas é feita por tenentes da família. Mas as grandes transações, estas são supervisionadas pessoalmente ou por Slovan e seu grupo de homens de confiança, entre eles Vassili, aquele do "beco de sangue". Ou Tolinsk, que conta com serviços de um total de doze homens. Irônico o número, dito que ele os leva para onde vai, entre eles está Dimitri e Klaus. Ulano diz que Tolinsk pegou a "nata" da organização para si nesse ponto. Mas ele pouco se dana com isso, o que ele quer é fazer seu serviço, e ter certeza que os outros estão fazendo os seus.

Pois é isso,
Tome um traguinho aqui.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A Máfia

15 de Agosto de 1991

O funcionamento da família Dragunov é muito simples. Quer dizer, nem tanto. Ao contrário da "cosa nostra" onde se tem apenas um chefão mentor da família, o Don, que tal organiza, cordena e possue todas as  operações criminosas, depois dele teriam os Capos e assim por diante. Nesse sistema siciliano, o capital adquirido por meios ilegais é aplicado em negócios legalizados e dentro da lei, em tese. Mas no caso dos Dragunov, que são acima de tudo traficantes de armas e bebidas, a coisa é diferente. Primeiro por que eles vivem em um país comunista, em decadência, mas comunista. A maioria dos negócios e empresas são estatizados. Então logo à um bloqueio para investir em empresas limpas, como os italianos fazem, quando fazem, investem na China ou em outro país com mão de obra praticamente de graça, como a India.

Mas como eu disse é diferente, inves de apenas um chefe, existem vários chefes, o que torna bem mais difícil eliminar a família como um todo, pois não tem só uma raíz para cortar, tem várias, e se uma é arrancada, as outras tomam o seu lugar e crescem mais onde aquela foi decepada. Nesse caso, como antes faziam, ele dividiam os negócios em departamentos. Tolinsk, o mais ativo no 'trabalho', sempre foi o encarregado das "relações públicas" ou o responssável pelos "presuntos". Ou seja, ele que fazia (e faz)  o serviço sujo com os traídores da família, cobrar dívidas grandes, executar os "graúdos" em encontros falsos e coisas nesse sentido. Ele seria por exemplo, o poder Executivo, no sentido puro da palavra. Slovan faz a parte de negociador, quase o mesmo que e com Tolinsk, só que ele troca idéia com o pessoal, ele cordena se é possível e o que não é possível dentro dos negócios, ele bate o martelo e seu irmão vai lá e mata, supervisiona o serviço.
Ulano, o mais velho, é o tesoureiro e contador da família, também já fez muito sangue jorrar, mas tem preferência por se sentar e mexer com os "números do negócio". Sem falar que ele adora contar dinheiro.
Caspian entrou como o responsável pelos investimentos legais da família. Como ele tem o nome limpo, ao contrário de seus irmãos e foi registrado pelo próprio pai com outra paternidade. Ninguém suspeita de sua ligação direta com os Dragunov. Ele vai para o país alvo, abre um negócio no nome dele, nomeia um cara de confiança para gerenciar o lugar, e volta de tempos em tempos para verificar e investir no negócio. Ele seria o menos podre da cesta de maçãs estragadas.





sábado, 25 de abril de 2009

Sujeira

14 de Agosto de 1991, Ainda em algum lugar na Mongólia

Enquanto os lobos e os ventos selvagens das estepes uivavam do lado de fora. Aquecia dentro de um casebre gelado a ira de um demônio. Ninguém dizia nada, ninguém falava nada, ninguém sequer pensava nada. Estava frio, estava pesado e escuro dentro daquele lugar. Os homens fumavam, tremiam, e se entreolhavam dentro do quarto escuro, onde luz só entrava por pequenas e humildes frestas na madeira do telhado. Nada mais sentia ou respirava dentro daquele lugar, os gemidos e choros foram silenciados, ou então ignorados, não existia mais coração que aguentasse tentar ouvir o que acontecia dentro da outra sala. A sala com o chefe, o chinês e um cortador de batatas.

De tempos e tempos dali, saía alguma fatia do refém dentro de uma sacola de pão. O refém ao menos saía de alguma forma, mas mais ninguém além de seus retalhos colocava o pé pra fora dali dês da madrugada.

Mas aí que surge o som de um motor, um caminhão engata o breque de mão, saem dois homens. A porta se abre com força, um deles fala: Onde está Tolinsk?.

Os guardas apontam mexendo a cabeça para o rumo da porta, o homem entra na fatídica sala e logo em seguida ocorre uma discussão. Era Caspian que acabara de chegar, ele tinha sido enviado por Ulano para falar pessoalmente com ele. Parece que não podiam mais arrancar nada dos chineses, e aquele coitado do refém deveria ser solto, ou não.

 

Pronto, e a poeira rosa voa depois de Tolinsk desferir tranquilamente uma bala na cabeça do refém durante o bate-boca. Caspian não gostou daquilo, como sempre teve um senso de justiça, não queria matar aquele chinês, algo já decretado por Tolinsk, dês de que o coitado foi capturado.

Mas aquilo não ficou barato. Caspian não aceitava o comando gélido de Tolinsk. Apesar de ter dado certo, ele achava e sabia que aquilo iria se voltar contra eles, como voltou na morte de seu pai. Que morreu à mingua por falta de remédios por que não podiam sair e comprar nada depois que os Karpeyja pactados com os Slovodan corromperam a polícia e colocaram a cidade toda atrás deles. Tudo isso por vingança dos atos violentos e ousados arquitetados por Tolinsk.

Como eu disse, Caspian não aceitava aquilo, afinal Tolinsk era o segundo filho, Ulano o primogênito, por direito tinha que estar no comando. E como Ulano possue um temperamento bem mais benevolente, mas frio, Caspian imaginava a família num lugar melhor que aquele.

A briga dura cerca de alguns minutos, mas depois disso, tudo silencia e Caspian sai de cabeça abaixada e vai embora enquanto Tolinsk jogava o corpo do amarelo na neve e o queimava.

Ao menos aquilo aquecia os homens.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Chinês

13 de Agosto de 1991, Em algum lugar na Mongólia


"Tolinsk, não poderei comparecer à reunião como prometido, problemas surgiram aqui em Petersburgo. De seu irmão, Slovan"


Isto estava escrito num recorte de caderno meio amassado e borrado e sendo entregue nas mãos do destinatário, que estava muito feliz com o telegrama:

"Que porra é essa Dimitri! Que? Telegrama do Slovan?"
...
"A reunião é agora! E você vem me entregar essa droga só agora?"

Tolinsk enfia o papel dentro do bolso, pega a pistola em cima da mesa e sai da sala, entrando em outra sala mais escura ainda, num casebre aos pedaços, com neve e lobos entrando pelos buracos. Ele entra na outra sala, ao fechar a porta meio quilo de poeira cai no chão, que aliás é de terra batida. Ele resmunga algo sobre a casa e sobre o quanto o cara que arrumou ela era um filho de alguma desgraça. E ele, mais uma vez, senta numa cadeira rangedora de madeira, ao lado de um encapuzado, ele tira o capuz do coitado. Era um chinês, ou melhor, era um membro da tríade, uma das máfias mais antigas do mundo. Ele devia ser filho de algum graúdo de Hong Kong.

Tolinsk faz mais algumas perguntas para ele, um tradutor devidamente confiável estava ali prestando serviço. Mas naquele ponto, a família suspeitava até de tradutores tercerizados, por isso Tolinsk chamou um amigo da região para ser o tradutor do tradutor. Ou melhor, fiscal. Mas o que importa é que ele não perdia a chance de fazer perguntas debochadas como sobre o tamanho de certos lugares, se aproveitando do atordoado e histérico chinês. O que arrancava gargalhadas dos guardinhas sentados na sala porque o coitado do asiático começava à falar e berrar um "bocado de merda", segundo mesmo o tradutor nem entendia e dizia que era simplesmente merda.

Enfim, o que Tolinsk e os Dragunov queriam mesmo com aquele infeliz, era arrancar um pouco de grana dos chineses, além de sangue e fatias de seu couro cuidadosamente cortados com um descascador de batata ali em cima na mesa. Já que os Dragunov não eram tão conhecidos, a rússia cobria com panos pretos o que acontecia ali dentro, e mesmo assim, eles não tinham mais senso de perigo. O que causava certos impaces dentro da organização, por questionamentos de ordens absurdas e ousadas, que incrívelmente dão certo. Como por exemplo esta, de sequestrar o filho de um dos chefões da máfia chinesa bem ao lado da China. Mas como já disseram, as vezes o mais óbvio é o melhor caminho, por ser óbvio e perigoso, ninguém espera que alguém o pegue. Em alguns casos, as vítimas ficam tão assustadas com a ousadia dos sequestradores que nem imagina que seja um grupo criminoso emergente.

Figura: Chamas

Esta é uma tentativa de ilustração da crônica "Chamas". Mas ainda sim, o desenho que melhor representa essa cena é o de capa, ou melhor, tema do livro. Neste post tem todas as versões: http://moscouemchamas.blogspot.com/2009/04/desenho.html

Figura: Café da Manhã

quarta-feira, 22 de abril de 2009

domingo, 19 de abril de 2009

Boato de Taverna

Moscou, 9 de Agosto de 1991

E a vingança deveria continuar. Até duas semanas depois da morte do núcleo Karpeyja, ecoavam pela cidade o terror da guerra das máfias. Mas a poeira baixou, os irmãos sem pai nunca mais foram vistos depois do massacre no cemitério de Moscou. 

Mas depois de mais de um ano desaparecidos eles reaparecem e agora de uma vês por todas, Tolinsk toma o controle da decadente máfia dos Dragunov. Isso era motivo de polêmica por entre os bandidos, vigaristas e vagabundos da cidade, tipo de gente que vem triplicando devido à crise da economia comunista. Nem todos temiam, os céticos diziam que voltariam apenas para morrer. Mas, a organização de Ivan Dragunov, apesar de ameaçada, perseguida e rechaçada em Moscou pelas famílias rivais e pela KGB. Não estava acabada. Ulano e seu pai antes dele, ampliaram uma rede de tráfico de armas e narcóticos por toda a malha ferroviária da Sibéria. Vendiam armas militares para a China e para a Coréia. Graças às conexões de Caspian que serviu no exército e chegou à primeiro tenente no exército soviético. E parece que todos estes negócios foram reestruturados e fortalecidos.

 Corre o boato que Tolinsk mandou seqüestrar membros da Tríade chinesa para extorqui-los. Mas boato é boato. Nada se prova, ainda mais com o estado encobrindo tudo. Mas não é só isso, existem informações de que os Dragunov começaram à abrir negócios com os irlandeses e também com os camaradas americanos. Enquanto os Bazinolovoska controlavam toda a parte oeste da Rússia, os Dragunov os flanqueavam e criaram portos clandestinos no ártico e no oceano pacífico. Dês de Vladivostok até Omsk.

Mas como dizem, é tudo lenda. Será? E todos os bêbados do bar riram.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Chamas

27 de Dezembro de 1989, Cemitério Novodevichi, Moscou

 

Era um dia qualquer, nevando levemente com uma brisa ártica, era uma hora qualquer, isso para todos. Mas para a família Dragunov, aquilo era um dia marcado na eternidade. 

Aquilo, era o sepultamento de “Don” Dragunov, como diziam os italianos. Estava ali, os quatro irmãos, Ulano, Tolinsk, Slovan e Caspian. Nomes que seu pai colocou em honra à alguns velhos e honrados amigos e personagens literários. Mas aquilo não era literatura, não era a poesia que seu pai tanto amava, não era o bom jazz yankee, não era os acordes de Chopin, não era mais um dia de lição com seu velho pai. Era um adeus banhado pela amada brisa das montanhas geladas onde seu pai viveu parte de sua vida, antes de vir para a cidade e iniciar os negócios e seu legado. E Tolinsk, não ia permitir o fim disso. 

Não havia muitos presentes, alguns familiares, alguns amigos, parte do corpo de “tenentes” e “soldados” da organização. E logo quando Caspian coloca a velha e boa Thompson (metralhadora americana) de seu pai sobre o caixão. Surge um comboio de carros chegando na ruela dentro do cemitério. Dali sai “Don” Karpeyja e família para prestar seus pêsames.

Quando todos aqueles homens, saíram do carro, Tolinsk olha friamente para Dimitri, que faz um sinal para ele. E aqueles desgraçados dos Karpeyja se aproximavam em um nojento luto falso. Isso latejava na mente dos Dragunov como fogo. “Como podiam aqueles malditos ter a coragem de vi àquele enterro?”.Era costume isso dentro da máfia na Itália e na América...

 

“Bom dia” – diz gentilmente o culpado pelo enterro

 

Mas aqui é a RUSSIA

Tolinsk pega a arma de seu pai em cima do caixão, que aliás, estava carregada. E despeja fogo e metal à queima roupa no Karpeyja Pai, em frações de segundo as costas do sujeito estavam destruídas pela saída das balas no corpo. Ninguém esperava isso, pelo menos por parte dos arrogantes Karpeyja. E enquanto jorrava sangue sobre seus olhos, os capangas que vieram junto do comboio vão puxar suas armas, antes de disso Slovan puxa duas pistolas calibre cinqüenta e estoura o peito de um e a cabeça de outro. Klaus se joga no chão e pega uma AK enterrada na neve. Ele se ajoelha e abre fogo contra os capangas adjacentes e o resto dos Drgunov estavam armados. Alguns tentaram correr e se esconder nas arvores e nas criptas, mas antes de conseguirem algo tomaram chumbo nos pés para depois serem executados. Ainda sobraram os dois filhos covardes dos Karpeyja. Eles se enfiaram no carro pai que estava à poucos metros da cova e mal conseguiam ligar o carro de medo. Tolinsk levanta sua Thompson e dá um rajada dentro do carro e diz:

 

“Blindado é?!”

 

Slovan dá três tiros na vidraça para arrancá-la. A munição pesada de suas .50 era páreo para essas blindagens. E então ele diz:

 

“Faça as honras irmão!”

 

Tolinsk ainda consegue trocar o redondo pente da metralhadora enquanto os dois desolados choram de medo dentro do carro. Muito diferente do que faziam, enquanto estavam protegidos pelo pai. Estufavam o peito e exibiam suas armas e belas mulheres;

 

Tolinsk chega perto do carro e descarrega bala com tesão com a arma dentro do carro. As balas faziam uma lambança dentro daquele luxuoso carro enquanto os coitados se retorciam e gemiam dentro dele. Os estilhaços de vidro zarpam no ar, cintilam e giram como gelo.O estofamento, o couro, o painel e até a neve atrás do carro estavam vermelhos. Um deles tentou sair pela porta do outro lado, mas cambaleou e se arrastou o quanto pode enquanto tomando balas no corpo todo, por fim ele cai á dois metros do carro e o sangue de todos estava derramado e escorrendo frente ao túmulo de seu pai. Tolinsk volta para junto de seus irmãos, quando passa pelo corpo do Karpeyja pai ainda dá alguns tiros nele. Ele ergue sua arma com o cano “fumando” e pergunta à Dimitri que havia colocado um toca discos rodando ali perto:


 “Que diabo de música é essa que você colocou aí Dimitri?”

Ele responde:

“Isso faz muito sucesso na América, chamam de ‘Heavy Metal’ senhor”

“Você tem que arrumar mais alguns desses!”


 Depois disso os carros são incendiados junto dos corpos. Um dos capangas dos Dragunov foi morto. Mas isso não desviava a atenção de Tolinsk às chamas. E estava feito o tributo à Boris Dragunov. E as chamas ardiam, ainda.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Cartaz (Off)

"Uma imagem vale mais que mil palavras"

Era no que eu pensava quando estava no meio de uma aula de informática básica do meu colégio, morrendo de interesse enquanto o professor nos ensinava como criar pastas. Eu imaginava o quanto esse meu projeto era espetacular e maravilhoso. Eu chegava à ter arrepios quando eu imaginava cada detalhe, o som, a música, o ângulo e forma com que eu via cada crônica desse livro. Para mim, que os escrevia, eram como roteiros de filmes. E com certeza é mais isso do que qualquer outra coisa, eu acho. Mas daí veio uma ponta de inspiração, eu não estava fazendo nada mesmo, a internet era cortada da sala para não podermos fuçar em Orkut (Eca ¬¬) durante a aula. 
Daí eu pensei: "Vou rabiscar algo no Paint, já que eu estou aqui mesmo ^^". 
Depois de um comentário animador de uma colega ao meu lado, eu me vi na frente de uma verdadeira composição , um rascunho, de algo que eu sabia que poderia tirar algumas horas para fazer. Daí o que fiz, mesmo perdendo o rascunho por causa de um coleguinha filho da P%$¨!@. Eu naquele mesmo dia tirei a madruga pra fazer aquela idéia.
Demorou, mas o resultado foi animador. Taí algumas versões do desenho, além daquele banner legal lá em cima. xD


Eu recebi bons elogios, espero que tenha agradado. E estou pensando em fazer qudrinhos no paint (fiz isso ae no paint) ou instalar um Photoshop e aprender à usar :P

Ps: Thanks à Felipe Chavez que editou a imagem e criou a versão de cinema \o